O acidente com o avião em Ubatuba, no litoral paulista, foi realmente assustador. A aeronave de pequeno porte caiu de forma inesperada e, por sorte, não foi tão grave quanto poderia ter sido. Quem fez esse alerta foi o perito aeronáutico Daniel Calazans, em uma entrevista ao Terra. Se as asas do avião não tivessem se soltado durante a queda, o fogo teria se espalhado por todo o corpo do avião, e, provavelmente, não teria sobrevivido ninguém, disse o especialista.
Calazans explicou que o combustível da aeronave fica nas asas, e foi justamente a separação delas que evitou que a explosão fosse ainda mais devastadora. Quando o avião bateu na pista de skate, o combustível queimou ali mesmo, mas não seguiu para o resto do avião. Se as asas tivessem permanecido no lugar, o fogo teria seguido o avião e a situação poderia ter sido fatal para todos a bordo.
Imagens do acidente mostram o avião atravessando a avenida perto do aeroporto de Ubatuba, colidindo com a pista de skate e explodindo antes de cair no mar. Cinco pessoas estavam dentro do avião, incluindo duas crianças e dois adultos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) conseguiu salvar as crianças e os adultos com vida. Infelizmente, o piloto não teve a mesma sorte e morreu no local, preso às ferragens.

Calazans também fez uma observação importante sobre a performance da aeronave, que, apesar de ser pequena, tem uma grande capacidade de velocidade. Como é um jato, o avião precisa de mais pista para pousar, principalmente se estiver carregado. A pista em Ubatuba tem 940 metros, mas boa parte dela estava indisponível, reduzindo o espaço para o pouso para cerca de 600 metros. Isso levanta uma pergunta: será que a pista era realmente suficiente para aquele pouso?
O perito também não sabe afirmar se o piloto estava tentando parar ou se tentava decolar novamente, mas pelas imagens, a velocidade do avião parecia muito alta. Isso fez com que o avião ultrapassasse os limites da pista e fosse parar onde aconteceu a colisão. Outro fator que complicou a aterrissagem, segundo Calazans, foram as condições meteorológicas. A pista estava molhada, o que dificulta o atrito necessário para parar o avião. Mesmo que o piloto tenha feito todos os cálculos corretos para o voo, a pista molhada provavelmente fez a diferença.
O acidente ocorreu nas proximidades do Aeroporto de Ubatuba, que é operado pela Rede VOA. A empresa divulgou uma nota dizendo que o avião, um Cessna Citation 525 CJ1, decolou de Mineiros, Goiás, com destino a Ubatuba. Porém, as condições climáticas estavam difíceis, com chuva e a pista molhada, o que fez a aterrissagem ser muito mais arriscada.

A Prefeitura de Ubatuba confirmou que, até o momento, são seis vítimas: cinco estavam no avião, incluindo três adultos e duas crianças, e uma mulher que estava no local, correu para se afastar e acabou torcendo o pé. O piloto foi a primeira vítima confirmada, com sua morte sendo anunciada às 11h23.
De acordo com a Santa Casa, todas as vítimas que foram atendidas no hospital estão em estado estável, e uma delas não estava no avião. A mãe e as duas crianças que estavam a bordo foram transferidas para o Hospital Regional de Caraguatatuba, mas, felizmente, não correm risco de morte. As equipes de resgate, como a Defesa Civil, a Guarda Civil Municipal (GCM), os bombeiros e a Polícia Militar, estavam no local trabalhando para isolar a área e retirar as vítimas. No total, cinco viaturas e 12 militares do Corpo de Bombeiros estavam envolvidos no resgate.
Esse acidente foi realmente um susto e, por sorte, não houve um número maior de vítimas fatais. Mas, como sempre, é importante que as autoridades investiguem todos os fatores que contribuíram para o ocorrido e tomem as medidas necessárias para evitar que situações semelhantes aconteçam no futuro.