Um grampo telefônico se configura como a principal pista nas mãos da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) para desvendar os homicídios dos três médicos ocorridos na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade. O Metrópoles obteve acesso ao áudio no qual supostos traficantes discutem o ato criminoso.
Os médicos Daniel Sonnewend Proença, Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf Bomfim foram alvos de disparos enquanto estavam em um quiosque na orla do Rio de Janeiro.
De acordo com a investigação conduzida pela Polícia Civil, há indícios de que Perseu tenha sido equivocadamente confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, alegado líder da milícia em Rio das Pedras. Esse criminoso encontra-se envolvido em uma disputa territorial com o Comando Vermelho pela hegemonia em bairros da zona oeste do Rio de Janeiro.
No áudio, adquirido pela Polícia Civil durante sua investigação sobre os confrontos entre facções criminosas, um indivíduo declara: “Acho que é Posto 2, v…”.
O áudio teve sua primeira divulgação pelo portal G1, mas a veracidade do conteúdo foi confirmada pela equipe de jornalismo do Metrópoles.
Segundo os detalhes obtidos pela investigação, a pessoa que se manifesta no áudio é reconhecida como Juan Breno Malta, mais notório pelo apelido BMW. Ele tem ligações com Philip Motta, também conhecido como Lesk, que anteriormente era associado à milícia Gardênia Azul e, atualmente, é membro do Comando Vermelho.
Segundo informações, o traficante BMW teria recebido dicas de que Taillon poderia estar presente no Quiosque do Naná e estava empenhado em encontrá-lo na extensão da Avenida Lúcio Costa.
Contudo, vale ressaltar que o quiosque está localizado entre os postos três e quatro, em frente ao Hotel Windsor. É relevante notar que os médicos estavam hospedados nesse hotel para participar de um congresso internacional de ortopedia.
A escuta telefônica teria sido realizada antes do incidente, o que levou os investigadores a suspeitar que o alvo original fosse o miliciano Taillon. No local do crime, os criminosos teriam cometido um equívoco ao confundir o médico com o suspeito e, como resultado, abriram fogo.
Taillon estava sob custódia desde 2020, após a Justiça do Rio de Janeiro emitir um mandado de prisão preventiva devido à suspeita de seu envolvimento com uma milícia ativa nos bairros da zona oeste. Ele foi solto da prisão em 22 de setembro deste ano. Para obter informações adicionais sobre a identidade do miliciano, consulte mais detalhes.
Para ouvir o áudio acesse o link abaixo: