Humorista morre aos 67 anos; a causa não foi informada

Morreu nessa terça-feira (18), aos 67 anos, o humorista, ator e jornalista Mário Alberto Filé, lá em Belém. Conhecido pelo seu trabalho de jornalista e, claro, pela paixão que tinha pelas artes cênicas, Mário foi um dos grandes nomes da cultura paraense, principalmente por sua atuação na peça “Ver-de-Ver-o-Peso”, um clássico do teatro local.

A causa da morte não foi revelada pela família, mas o legado que Mário deixou é imenso. Ele também fez história como radialista, repórter, roteirista de radionovelas educativas, produtor executivo e até arte-educador. Sempre à frente do seu tempo, Mário conquistou o carinho e a admiração de todos que o conheciam, seja pelos palcos, seja pelas reportagens que marcavam a vida dos paraenses.

Nas redes sociais, a tristeza tomou conta. Muitas pessoas se manifestaram lamentando a perda de um grande ícone da arte local. “Uma grande perda para a arte paraense e para todos que o amavam”, escreveu uma internauta, já refletindo sobre a falta que ele vai fazer. “Mário Alberto Filé, o repórter que dá pé! Que Deus o receba em sua glória! A cidade toda parava para assistir suas reportagens maravilhosas! Evoé, meu querido!”, postou outro seguidor, relembrando a importância do trabalho dele, que foi realmente um marco na TV e no rádio.

O velório de Mário Filé está acontecendo no Teatro Waldemar Henrique, em Belém, desde às 17h. E não poderia ser em lugar melhor, já que o teatro sempre foi uma casa de portas abertas para ele, onde ele teve a chance de se destacar e de construir uma carreira tão rica e admirada.

O Urubu no Teatro

Mário foi o rosto de um dos personagens mais carismáticos do teatro paraense. Em “Ver-de-Ver-o-Peso”, ele interpretava o Urubu, por mais de 40 anos, conquistando gerações e mais gerações. A peça é uma das mais tradicionais de Belém e, sem dúvida, Mário ajudou a construir a magia de seu sucesso. O personagem, que era considerado por muitos como um pássaro agourento, tinha um lado muito mais profundo e colaborador, especialmente em relação ao meio ambiente.

Em uma entrevista de 2019 para o Grupo Liberal, Mário falou sobre a relação dele com o personagem: “Esse espetáculo representa muito para mim, acho que é a maior e melhor vitrine do meu trabalho. No início a gente não imaginava que faria isso por tanto tempo”. Mas ele fez, e foi com o Urubu que Mário conquistou uma audiência fiel. Ele chegou a levar o personagem para fora dos palcos, realizando até campanhas de conscientização ambiental, um trabalho que para ele sempre foi importante.

“O Urubu sempre vai comigo. Ele é tido como pássaro agourento, mas no fundo é um grande colaborador do meio ambiente. É com o Urubu que consegui dar um voo mais alto enquanto figura da cidade”, disse Mário em 2019, revelando o quanto o personagem fez parte de sua trajetória pessoal e profissional.

De fato, Mário Filé se tornou uma parte da alma de Belém, com seu humor único e seus papéis que faziam as pessoas refletirem, rirem e, ao mesmo tempo, pensarem. Ele deixou um legado que vai continuar sendo lembrado por muito tempo.

Agora, a cidade fica mais silenciosa sem ele, mas com certeza, o Urubu e o riso que ele provocava vão continuar vivos na memória e no coração de todos. Descanse em paz, Mário, e que sua arte continue voando alto.