Influenciadora é morta dentro de casa no MA, e marido e sogro são presos após áudio divulgado

A morte brutal da influenciadora digital Adriana Oliveira, de 27 anos, chocou a cidade de Santa Luzia, no interior do Maranhão, no último sábado (15). A jovem, conhecida por seus conteúdos nas redes sociais, foi assassinada a tiros dentro de sua própria casa. O crime rapidamente ganhou repercussão, mobilizando moradores e gerando um forte apelo por justiça.

De acordo com informações divulgadas pelo colunista Carlos Madeiro, do UOL, a Polícia Civil agiu rapidamente e, no domingo (17), prendeu dois suspeitos diretamente ligados à vítima: seu próprio marido, Valdiley Paixão Campos, e o sogro, Antônio do Zico. Ambos foram levados para a delegacia da cidade, onde prestaram depoimento.

Valdiley, ao ser questionado pelas autoridades, negou qualquer envolvimento no assassinato de Adriana, limitando-se a dizer que não havia cometido o crime. Já Antônio, por outro lado, optou pelo silêncio, o que levantou ainda mais suspeitas sobre sua participação no caso.

O que dizem os suspeitos?

Segundo a versão apresentada pelos dois à polícia, um homem desconhecido teria chegado em uma moto e invadido a casa da influenciadora, já perguntando por ela. Ao localizá-la, o suposto assassino teria disparado contra Adriana, atingindo sua cabeça com três tiros antes de fugir.

O detalhe que chamou a atenção dos investigadores é que Valdiley estava presente na residência no momento do crime, mas não sofreu nenhum ferimento e, aparentemente, não reagiu à invasão do suspeito. Essa circunstância, somada a outros indícios, levou a polícia a aprofundar as investigações sobre o envolvimento dele e do pai no caso.

A morte de Adriana provocou grande comoção na cidade. Revoltados, moradores organizaram um protesto para exigir uma resposta das autoridades. Além disso, o velório e o cortejo fúnebre contaram com uma multidão que prestou suas últimas homenagens à jovem.

Nas redes sociais, seguidores de Adriana deixaram mensagens emocionadas, relembrando sua simpatia e cobrando justiça. A influenciadora tinha um público fiel de mais de 37 mil seguidores no Instagram, onde compartilhava seu dia a dia, trabalhos e momentos ao lado do filho de apenas cinco anos.

Posicionamento do governo e avanço nas investigações

Diante da grande repercussão do caso, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), utilizou suas redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido. Em um post no X (antigo Twitter), ele anunciou a prisão dos suspeitos e garantiu que as investigações continuam para esclarecer os detalhes do crime.

“A Polícia Civil já realizou a prisão do sogro e do marido da influenciadora Adriana Rosa de Oliveira, suspeitos de envolvimento no crime de feminicídio em Santa Luzia. A investigação continua para que possamos esclarecer as motivações deste crime tão bárbaro. Estamos atentos a fim de assegurar o cumprimento da justiça”, escreveu Brandão.

Antes mesmo da prisão dos suspeitos, o governador já havia lamentado a morte de Adriana e garantido que as equipes da Delegacia Regional de Santa Inês e de São Luís estavam reforçando as investigações para chegar à verdade.

Como a polícia chegou aos suspeitos?

Um dos fatores que levantaram suspeitas contra Valdiley e Antônio foi um áudio enviado por Adriana para sua irmã poucos dias antes do crime. Na gravação, divulgada pela Revista Fórum, a influenciadora relatava estar assustada e mencionava o comportamento estranho do sogro, que parecia estar vigiando seus passos.

“Estou trancada dentro do quarto, com medo. Na hora que eu cheguei em casa, o carro do pai do Badu [apelido de Valdiley] estava a alguns metros daqui. Pois na hora que eu cheguei, o carro fez a curva e já me assombrei”, disse Adriana no áudio.

Ela ainda acrescentou que o sogro já havia dado sinais de desconfiança anteriormente e que temia estar correndo perigo:

“Muito estranho, não confio. De jeito nenhum! Aí eu fiquei assim na minha cabeça: ‘Será que a Vanderléia inventou outra mentira e esse velho resolveu dar um fim em mim?’”.

A blogueira revelou que, sempre que Valdiley se ausentava, ela preferia ficar trancada em casa para evitar qualquer confronto com Antônio, reforçando o medo que sentia da presença do sogro.

Repercussão e expectativa por justiça

A morte de Adriana levanta mais uma vez a discussão sobre a violência contra mulheres no Brasil. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os casos de feminicídio continuam alarmantes no país, reforçando a necessidade de ações efetivas para proteger vítimas que sofrem ameaças e agressões.

A prisão de Valdiley e Antônio é um passo importante nas investigações, mas a polícia ainda busca entender as reais motivações por trás do crime e se há mais envolvidos. O caso segue em andamento, com a expectativa de que a justiça seja feita o quanto antes.

Enquanto isso, amigos, familiares e seguidores de Adriana seguem prestando homenagens e cobrando punição para os responsáveis por sua morte.