Jogador de 14 anos morre durante partida com amigos: ‘Menino de ouro’

A morte precoce do jovem jogador de futebol Ezequiel Sena Neres, de apenas 14 anos, pegou a todos de surpresa e gerou comoção entre familiares, amigos e companheiros de time. Conhecido como Zequinha, o adolescente passou mal enquanto jogava bola com amigos em um condomínio de Goiânia, no último sábado (8). Apesar de ter sido socorrido e levado a um hospital pediátrico, ele não resistiu.

A tragédia abalou profundamente a comunidade esportiva, especialmente o G2 Futebol Clube, onde Zequinha treinava profissionalmente. O clube se manifestou por meio de nota oficial nas redes sociais, lamentando a perda do jovem atleta e prestando solidariedade à família. O corpo do garoto foi sepultado na última segunda-feira (10), no Cemitério Parque de Goiânia, em meio a um clima de profunda tristeza.

Uma perda inesperada e sem explicação

A morte de Zequinha levanta uma série de questionamentos, já que, segundo o pai do adolescente, Dione Neres, o garoto era saudável e tinha todos os exames médicos em dia. “Os médicos tentaram de tudo para restabelecê-lo, mas infelizmente não conseguiram”, desabafou o pai, ainda abalado com a partida repentina do filho.

A família informou que o atestado de óbito apontou a necessidade de exames complementares para esclarecer a causa da morte. Casos como esse, de jovens atletas que sofrem mal súbito durante a prática esportiva, embora raros, sempre geram preocupação e reforçam a necessidade de acompanhamento médico contínuo para detectar possíveis problemas cardíacos ou outras condições que possam passar despercebidas nos exames convencionais.

Quem era Zequinha?

Descrito pelo pai como um “menino de ouro”, “craque” e “inteligente”, Zequinha era o irmão mais velho entre três filhos e desde muito novo demonstrava paixão pelo futebol. Começou jogando futsal aos seis anos e, ao longo dos anos, desenvolveu seu talento, tornando-se um jogador promissor na posição de ponta-direita.

O G2 Futebol Clube, onde treinava atualmente, é uma das referências na formação de jovens atletas em Goiás. Zequinha sonhava em seguir carreira no futebol profissional, como tantos outros garotos brasileiros que veem no esporte uma oportunidade de mudar de vida e alcançar grandes conquistas.

Mal súbito em jovens atletas: um alerta necessário

Infelizmente, o caso de Zequinha não é isolado. Nos últimos anos, alguns jovens atletas sofreram mal súbito durante treinos ou partidas, chamando a atenção para a importância de exames cardiológicos mais aprofundados. Em 2023, por exemplo, o jogador espanhol Pablo Paez Gavira, mais conhecido como Gavi, assustou os torcedores do Barcelona ao desmaiar em campo após um impacto na cabeça. Embora tenha se recuperado bem, o episódio reacendeu debates sobre os riscos do esforço físico intenso sem um acompanhamento rigoroso.

Outro caso marcante foi o do jogador dinamarquês Christian Eriksen, que sofreu uma parada cardíaca em pleno jogo da Eurocopa de 2021. Na ocasião, a rápida atuação da equipe médica foi essencial para salvar sua vida. Hoje, Eriksen joga com um desfibrilador interno, o que permite que ele continue atuando profissionalmente com segurança.

Esses casos, embora distintos, reforçam a necessidade de se investigar a fundo qualquer sintoma incomum em atletas, independentemente da idade ou do nível de condicionamento físico. Muitas vezes, problemas cardíacos só se manifestam sob esforço intenso, tornando exames de rotina insuficientes para detectar determinadas condições.

Dor, saudade e homenagens

Desde o falecimento de Zequinha, diversas homenagens têm sido feitas ao jovem jogador. Amigos e familiares compartilharam fotos e mensagens nas redes sociais, expressando a dor da perda e o carinho pelo garoto. O G2 Futebol Clube, além da nota de pesar, realizou uma pequena cerimônia em homenagem ao atleta, reunindo companheiros de time e membros da comissão técnica.

A tragédia também mobilizou a comunidade do futebol goiano. Jogadores e técnicos de outros clubes da região prestaram solidariedade à família de Zequinha, enfatizando o quanto ele era querido por todos.

A importância do suporte à família

Além da dor da perda, a família de Zequinha enfrenta agora o desafio de lidar com a ausência do filho e buscar respostas para o que aconteceu. Momentos como esse exigem não apenas o apoio emocional de amigos e familiares, mas também suporte psicológico para ajudar no processo de luto.

A perda de um jovem atleta sempre causa um impacto profundo, pois representa o fim abrupto de sonhos e promessas para o futuro. A história de Zequinha serve como um lembrete da fragilidade da vida e da necessidade de cuidar da saúde de nossos jovens, especialmente aqueles que se dedicam ao esporte de alta performance.

Enquanto aguardam respostas sobre a causa da morte, os pais de Zequinha seguem buscando forças para enfrentar essa difícil realidade. O que fica, além da dor, são as lembranças de um menino talentoso, cheio de vida e que, ainda que por pouco tempo, marcou a história daqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.