Jovem grávida de 8 meses morre após ficar mais de 3 horas esperando ser atendida em hospital

Uma jovem de 25 anos perdeu a vida após aguardar atendimento médico por mais de três horas em Campina Grande do Sul, cidade localizada a cerca de 450 km de Maringá. A vítima, Thathyele Alves da Silva, estava no oitavo mês de uma gestação de alto risco e, infelizmente, seu bebê também não sobreviveu.

A Luta Contra a Tuberculose e a Gravidez de Risco

Desde janeiro, Thathyele enfrentava uma batalha contra a tuberculose, doença diagnosticada durante sua gestação. Seu tratamento estava sendo realizado no Hospital Angelina Caron, onde ela recebia medicação e acompanhamento. No dia 15 de fevereiro, começou a sentir fortes dores abdominais e foi internada por três dias, recebendo alta após apresentar sinais de melhora.

Porém, poucos dias depois, em 20 de fevereiro, a situação se agravou. Duas enfermeiras da Secretaria de Saúde de Bocaiúva do Sul visitaram sua residência para entregar a medicação contínua, mas perceberam que ela estava passando muito mal. Thathyele apresentava vômitos, dificuldade para respirar, baixo nível de consciência e sinais preocupantes sobre a movimentação do bebê.

Diante do quadro crítico, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e a jovem foi levada ao Hospital Santa Júlia. Devido à gravidade do caso, foi transferida para o Hospital Angelina Caron, onde aguardou dentro de uma ambulância por mais de três horas antes da liberação de um leito.

O Desfecho Trágico

Thathyele foi admitida no hospital por volta das 22h. Infelizmente, conforme consta no atestado de óbito, seu bebê já havia falecido no dia anterior, em 19 de fevereiro, com 32 semanas de gestação. A jovem morreu na noite do dia 20, vítima de paradas cardíaca e respiratória, desnutrição e complicações decorrentes da tuberculose pulmonar.

A tragédia deixou um rastro de dor e comoção. Thathyele deixa o marido e um filho de seis anos. Em sua casa, o quartinho preparado com carinho para o bebê que não chegou a nascer se tornou símbolo da perda irreparável.

Posicionamento do Hospital

Em nota oficial, o Hospital Angelina Caron expressou profundo pesar pelo falecimento de Thathyele e solidarizou-se com familiares e amigos. A instituição esclareceu que a paciente vinha sendo monitorada desde janeiro devido às comorbidades associadas à sua gestação de risco, mas destacou que ela não iniciou as consultas de pré-natal na unidade.

O hospital informou que, no dia 15 de fevereiro, a jovem deu entrada no pronto-socorro com dores abdominais. Durante os três dias de internação, recebeu atendimento conforme os protocolos médicos. Com a estabilização do quadro, recebeu alta na manhã do dia 18.

No entanto, ao retornar ao hospital na noite do dia 20, precisou ser mantida em uma UTI móvel sob vigilância médica até sua transferência para um quarto isolado, devido à gravidade do seu estado de saúde. O hospital enfatizou que, mesmo com todos os esforços da equipe médica, a paciente não resistiu.

Por fim, o Hospital Angelina Caron ressaltou que respeita a privacidade dos pacientes e, por isso, não divulga informações pessoais sobre os atendimentos prestados.

Reflexão e Consequências

O caso de Thathyele Alves da Silva levanta questões importantes sobre a eficiência no atendimento a gestantes de risco e o tempo de resposta dos hospitais em situações emergenciais. A demora no atendimento foi um fator determinante para o desfecho trágico, e a dor da família se soma à indignação de muitos que acompanham a história.

Nas redes sociais, amigos e conhecidos prestam homenagens à jovem, lembrando-a como uma pessoa guerreira e dedicada à família. A comunidade de Campina Grande do Sul também se mobiliza para cobrar melhorias no sistema de saúde, na esperança de que tragédias como essa não se repitam.