Uma tragédia marcou a noite da última sexta-feira (28/3) na zona oeste de São Paulo. Isadora Albino, uma jovem de 25 anos, perdeu a vida após ser atropelada por um ônibus no Terminal Barra Funda. Segundo relatos de familiares e testemunhas, ela corria para escapar de uma tentativa de assalto quando foi atingida pelo veículo.
O acidente ocorreu em uma área movimentada do terminal, um dos principais pontos de transporte da capital paulista. Isadora, natural de Nova Russas, no Ceará, havia se mudado para São Paulo em busca de melhores oportunidades e trabalhava incansavelmente para alcançar seu sonho de se tornar empreendedora.
O acidente e os momentos finais
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, quando a equipe de resgate chegou ao local, encontrou Isadora em estado crítico, presa sob o ônibus e com múltiplas fraturas expostas. O impacto foi tão violento que ela sofreu uma parada cardiorrespiratória ainda no local. Os socorristas do SAMU realizaram os primeiros atendimentos e a encaminharam às pressas para a Santa Casa de Misericórdia, mas, infelizmente, a jovem não resistiu aos ferimentos.
O motorista do ônibus, que prestava serviço no terminal, afirmou à polícia que não viu Isadora no momento do acidente. Ele relatou que apenas ouviu um barulho e, ao perceber que algo havia acontecido, parou o veículo imediatamente e acionou o resgate.
O caso foi registrado no 91º Distrito Policial (Ceasa). No entanto, uma situação inusitada chamou atenção: quando procurada pelo portal Metrópoles, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que não encontrou o registro da ocorrência nos sistemas oficiais.
Uma jovem batalhadora e cheia de sonhos
A notícia da morte de Isadora pegou familiares e amigos de surpresa. Seu primo, Elivelton Oliveira, que dividia moradia com ela, descreveu a jovem como uma pessoa cheia de vida, determinada e com um espírito empreendedor.
“Me parte o coração ver um sonho interrompido assim. Ela queria construir algo dela, ser dona do próprio negócio. Trabalhava sem parar, se dedicava ao máximo. Poderia estar aqui agora fazendo as velas dela, como amava. Mas tudo foi tirado dela de uma forma tão cruel”, lamentou Elivelton.
A paixão pelo empreendedorismo movia Isadora. Mesmo mantendo dois empregos para se sustentar, ela ainda encontrava tempo para investir no próprio negócio artesanal, produzindo velas personalizadas. Sua meta era, em breve, poder viver exclusivamente do que realmente amava fazer.
“Ela sempre foi muito criativa e cheia de ideias. Não tinha medo de trabalhar duro para conquistar as coisas. Isadora era luz, alegria, aquela pessoa que você sente a energia boa só de estar perto”, completou o primo.
Falta de segurança e risco diário
O atropelamento de Isadora levanta um debate importante sobre a segurança nos terminais de transporte público de São Paulo. O Terminal Barra Funda, por exemplo, é conhecido por ser um local de grande circulação de pessoas, mas também por registrar constantes casos de assaltos e furtos. Passageiros relatam que a presença policial na região é insuficiente e que os criminosos agem sem grandes dificuldades.
Moradores e trabalhadores da região reforçam que o perigo é constante, principalmente durante a noite. “Você sai do trabalho tarde e já fica em alerta, porque sabe que a qualquer momento pode ser abordado. Eu mesma já vi muita gente sendo assaltada aqui”, disse uma funcionária de uma lanchonete próxima ao terminal.
O caso de Isadora é mais um que escancara a vulnerabilidade das pessoas que dependem do transporte público diariamente. Fugindo de um assalto, ela acabou vítima de um acidente fatal, o que gera indignação e reforça a necessidade de medidas mais eficazes para garantir a segurança da população.
Despedida e comoção
A morte de Isadora deixou um rastro de tristeza entre amigos e familiares. Nas redes sociais, muitas mensagens lamentavam a perda precoce de uma jovem tão cheia de vida. Fotos e vídeos compartilhados mostravam momentos alegres ao lado dela, reforçando a lembrança de uma mulher sorridente e de bem com a vida.
Seu velório foi realizado em Nova Russas, sua cidade natal, para onde o corpo foi trasladado. O clima de comoção tomou conta da cerimônia, com familiares e amigos ainda sem acreditar no que aconteceu.
“A ficha ainda não caiu. Parece que a qualquer momento ela vai mandar mensagem ou chegar em casa contando alguma novidade. Era uma pessoa que só queria viver, conquistar as coisas dela, ser feliz. E agora não está mais aqui”, disse uma amiga próxima.
Conclusão
O trágico atropelamento de Isadora Albino escancara não apenas a insegurança nos terminais paulistanos, mas também a dura realidade de tantos jovens que deixam suas cidades em busca de um futuro melhor e acabam enfrentando desafios inimagináveis.
A falta de policiamento em áreas de grande circulação e a sensação de impunidade para criminosos fazem com que muitas pessoas vivam em constante medo. Infelizmente, no caso de Isadora, a violência indireta ceifou sua vida antes que ela pudesse realizar todos os seus sonhos.
A família, agora, busca respostas e espera que a Justiça trate o caso com a seriedade necessária. Enquanto isso, a memória de Isadora segue viva naqueles que a conheceram, lembrada como uma mulher cheia de energia, esperança e determinação.