Kayky Brito: médico alerta sobre diagnóstico do ator após acidente

O ator Kayky Brito permanece hospitalizado no Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro, há mais de uma semana após o acidente em que foi atropelado. O ator sofreu um traumatismo craniano, uma lesão resultante do impacto significativo do acidente. O neurocirurgião Fernando Gomes, que já colaborou com o programa Encontro, oferece uma análise detalhada do estado de saúde do artista.

O especialista enfatiza que o quadro clínico se torna mais delicado quando a vítima não consegue avaliar as circunstâncias ao seu redor. No caso de Kayky Brito, ele ficou inconsciente imediatamente após ser atingido pelo veículo, embora não tenha sido revelado se ele entrou em coma naquele momento.

“Consideramos o traumatismo cranioencefálico grave quando o paciente é encontrado na cena onde ocorreu o trauma, em coma, ou seja, sem consciência de si próprio, sem contato com o meio externo e sem movimentação ou abertura ocular espontânea de acordo com a própria avaliação”, afirmou Gomes.

Adicionalmente, o neurocirurgião esclarece a importância da observação contínua do paciente para compreender as possíveis consequências a longo prazo da lesão. Ele destaca um conceito crucial na neurotraumatologia: “a primeira hora após o trauma é fundamental e pode ser determinante. A lesão direta causada pelo impacto inicial é algo que não pode ser alterado.”

“Todas as lesões secundárias decorrentes da própria evolução do trauma podem ser minimizadas se o indivíduo for submetido rapidamente a um tratamento adequado, com oxigenação de todos os tecidos do cérebro e, principalmente, a manutenção da pressão arterial. Se houver necessidade, também é necessário fazer a remoção de lesões traumáticas agudas, como a evacuação do hematoma na área atingida”, acrescenta.

Em casos mais severos, nos quais os pacientes não apresentam resposta ao tratamento, pode ocorrer o quadro de morte cerebral. “Nesse cenário específico, geralmente após um trauma cranioencefálico grave ou um extenso acidente vascular cerebral, a condição clínica torna-se inequívoca”, explica o especialista. “O paciente entra em um estado profundo de coma, sem apresentar qualquer reflexo neurológico do tronco cerebral, exibindo a ausência de atividade elétrica cerebral, falta de fluxo sanguíneo cerebral e nenhum indício de funcionamento metabólico. Essa é uma condição irreversível na qual o cérebro já faleceu antes de todo o corpo físico cessar suas funções”, acrescenta Gomes.