Um fenômeno intrigante captura a atenção dos moradores de São José dos Campos, SP, quando uma intensa luz verde cruza o céu. De acordo com o renomado astrônomo Irapuan Rodrigues, embora seja difícil determinar com precisão a origem da luz, ela aparenta ser associada a detritos espaciais.
Na noite de segunda-feira (19), os moradores de São José dos Campos foram surpreendidos por um fascinante rastro de luz verde que cruzou o céu. Um vídeo capturado por Marcelo Sarlo, do g1, registrou o momento em que a luz passava.
A gravação revela um traço de cor verde movendo-se rapidamente pelo céu. O evento foi testemunhado no bairro Vista Linda, localizado na zona leste da cidade.
O g1 entrou em contato telefônico com o astrônomo Irapuan Rodrigues, do Observatório de Astronomia e Física Espacial da Univap. Após analisar as imagens, ele sugeriu que a ocorrência possivelmente está relacionada a detritos espaciais.
Segundo o astrônomo, devido à baixa resolução da imagem, é difícil afirmar com certeza do que se trata, mas as características indicam que pode ser lixo espacial, possivelmente fragmentos de satélite ou estágio de foguete retornando à Terra.
O astrônomo explica que a ocorrência de lixo espacial não é tão incomum. Após o lançamento de foguetes e satélites, é possível que partes dos equipamentos retornem à Terra devido à desintegração dos objetos. No entanto, ele ressalta que essa situação não representa riscos significativos.
O astrônomo e sua equipe estão conduzindo observações no planetário, utilizando tecnologia avançada, na tentativa de registrar a trajetória da luz. No entanto, até o momento, não obtiveram sucesso em capturar imagens em alta definição do rastro luminoso.
Algo semelhante ocorreu em setembro, uma cena deslumbrante iluminou o céu próximo ao monte Fuji, no Japão. Os resplandecentes feixes verdes foram capturados em vídeo por Daichi Fujii, curador de um museu na cidade de Hiratsuka, que havia instalado câmeras para registrar meteoros. Porém, para sua surpresa, as câmeras acabaram registrando as luzes verdes emitidas pelo satélite ICESat-2 da NASA, lançado em 2018.
Após analisar atentamente as imagens, Fujii notou uma notável sincronização entre os feixes verdes e um pequeno ponto esverdeado que brevemente se destacava entre as nuvens. Suspeitando que poderia se tratar de um satélite, ele decidiu investigar os dados orbitais e confirmou sua intuição: o satélite Ice, Cloud and Land Elevation Satellite 2 (ICESat-2) realmente passou pela região naquela noite.
Após compartilhar suas descobertas nas redes sociais, as informações logo chegaram aos cientistas da NASA. Tony Martino, cientista responsável pelo instrumento do satélite, ficou surpreso com os registros, uma vez que o satélite parecia estar posicionado diretamente sobre a localidade onde Fujii se encontrava. Ele destacou que para avistar o feixe de laser emitido pelo satélite, é necessário estar precisamente no lugar certo, na hora certa e nas condições adequadas.
O que Fujii presenciou foram os fascinantes feixes de laser emitidos pelo lidar do satélite, um instrumento utilizado pela agência espacial para medir com precisão a altura do gelo, água e solo terrestre a partir do espaço. Esse instrumento emite pulsos de laser a uma taxa impressionante de 10 mil vezes por segundo, direcionando seis feixes de luz em direção à Terra.