Uma tragédia abalou uma família canadense no início de suas férias na República Dominicana. April Gougeon, de 41 anos, e seu filho Oliver, de apenas 8 anos, perderam a vida devido a uma intoxicação alimentar, no primeiro dia da viagem. O caso ocorreu em dezembro de 2023, no resort Viva Dominicus Beach by Wyndham, onde a família havia planejado dias de descanso e lazer. O pai, Stephen Gougeon, agora busca justiça, movendo uma ação de 10 milhões de dólares contra o resort, a clínica médica local e a empresa de turismo responsável.
Uma viagem que terminou em dor
Stephen, de 38 anos, havia viajado com April e os dois filhos, Oliver e Wesley, para o resort de luxo na esperança de viver momentos felizes em família. Contudo, logo após o jantar no buffet do hotel, mãe e filho começaram a passar mal. De acordo com o processo, que veio a público por meio da revista People, os sintomas surgiram cerca de nove horas após a refeição. Stephen e Wesley também apresentaram náuseas e vômitos, mas foi April e Oliver que tiveram complicações mais graves.
Em um relato angustiante, Stephen explicou que tentou buscar ajuda imediatamente. Às 6h da manhã, ele entrou em contato com a clínica local, mas foi informado de que ninguém poderia ir até o quarto. A única alternativa seria que ele levasse os membros da família, já debilitados, até o local por conta própria.
Horas depois, por volta das 14h30, uma equipe médica finalmente chegou ao quarto e transportou a família em cadeiras de rodas para atendimento. Apesar dos esforços iniciais, como administração de antibióticos e soro intravenoso, o estado de saúde de April e Oliver piorou rapidamente. Ambos enfrentaram dificuldades respiratórias graves e não resistiram, falecendo ainda no mesmo dia.
Investigação e processo judicial
Segundo o legista local, a causa das mortes foi atribuída à intoxicação alimentar. Stephen e Wesley foram tratados no hospital e receberam alta dois dias depois, retornando ao Canadá devastados. “Voltar para casa sem April e Oliver ao meu lado foi indescritível. Planejamos essa viagem para relaxar e criar memórias felizes. Jamais imaginamos que algo assim poderia acontecer”, desabafou Stephen.
A ação judicial movida pelo pai acusa não apenas o resort, mas também a clínica médica local e a Transat Tours Canada, empresa que organizou a viagem. Segundo Stephen, houve negligência grave tanto na segurança alimentar quanto na resposta emergencial. Ele espera que o caso sirva de alerta para que outros turistas não passem pelo mesmo sofrimento. “A dor que minha família viveu é impossível de descrever, mas queremos que algo assim nunca mais aconteça a ninguém”, disse ele em nota divulgada por sua advogada, Meghan M. Hull Jacquin.
Reações e posicionamentos
Diante da repercussão do caso, a Transat Tours se manifestou afirmando estar “profundamente triste” com as mortes e reforçando seu compromisso em selecionar fornecedores com rigor. Um representante da empresa declarou: “Fazemos todos os esforços para ajudar nossos clientes e estamos colaborando com as autoridades para esclarecer os fatos”. Já o resort Viva Dominicus Beach by Wyndham e o hospital local optaram por não se pronunciar até o momento.
Reflexões sobre segurança e responsabilidade
O caso levantou debates sobre a segurança alimentar e o atendimento emergencial em resorts de luxo, especialmente em destinos turísticos populares como a República Dominicana. Em um contexto em que o turismo internacional volta a crescer após os desafios da pandemia, tragédias como essa colocam em evidência a necessidade de padrões mais rigorosos de saúde e segurança.
Além disso, a história de Stephen ecoa a de tantas outras famílias que buscam conforto e lazer em suas férias, mas acabam enfrentando situações de risco. A comoção causada pela perda de April e Oliver reforça a importância de empresas e autoridades agirem com responsabilidade para proteger turistas.
Enquanto o processo segue na justiça, resta a esperança de que mudanças significativas sejam implementadas para evitar tragédias semelhantes. A luta de Stephen não trará sua esposa e filho de volta, mas talvez seja um passo crucial para tornar o turismo mais seguro para todos.