“Meu filho pediu desculpas e virou as costas”, diz mãe de adolescente esfaqueado após bola bater em portão

Ao final da tarde do dia 20 de setembro passado, uma residente de Gravataí, localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre, encontrava-se na frente de sua residência quando testemunhou seu filho e uma amiga deste se aproximando com expressões de alarme. O jovem de 15 anos, que havia saído de casa cerca de meia hora antes para jogar vôlei com seus vizinhos, estava segurando sua parte de trás, tentando conter um ferimento. Depois que a bola colidiu com o portão de uma casa vizinha, o estudante foi atacado com uma faca. O suspeito deste ataque é um indivíduo de 23 anos que reside na mesma localidade.

Há aproximadamente dois anos, a família do jovem reside no bairro São Jerônimo, onde o incidente ocorreu. Naquele dia de folga, os pais, o adolescente e sua irmã mais nova saíram para almoçar na casa de parentes. Ao voltarem no final da tarde, passaram de carro pela Rua Itu, onde avistaram um grupo de adolescentes jogando vôlei. Ao estacionar em casa, a mãe fez uma sugestão ao filho:

Que tal voltar lá e se juntar a eles para jogar vôlei?

O adolescente, que equilibra suas responsabilidades de cursar o primeiro ano do Ensino Médio com um emprego em uma farmácia durante a semana, concordou com a ideia da mãe e decidiu aproveitar a tarde quente com seus amigos. O local escolhido era o mesmo onde os jovens da vizinhança costumavam se encontrar para jogar futebol todas as semanas. Pouco antes das 17h, o filho retornou para casa, acompanhado de sua amiga, que estava visivelmente assustada e clamava pelo apoio de sua mãe.

Ela começou a me chamar: “tia, tia”. Eu respondi: “O que aconteceu?”. Meu filho estava na frente dela, segurando as costas. Mas não olhei para ele. Fiquei fixando meu olhar nela e perguntei: “Diga, o que houve?”. E ela respondeu: “Ele foi atacado com uma faca pelo vizinho.” Ele se virou. Estava usando uma camiseta branca, completamente ensanguentada. Imediatamente, trouxemos-o diretamente até aqui — relatou a mãe do adolescente na tarde de segunda-feira (25), em frente ao Hospital Dom João Becker, em Gravataí.

O pai prontamente colocou seu filho no veículo e o conduziu até a unidade de saúde. O adolescente permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde aquela quarta-feira. Diante da extensão da lesão, a equipe médica foi obrigada a realizar uma cirurgia para extrair o rim esquerdo do jovem, que foi afetado pelo golpe de faca.

Assim que o adolescente recuperou a capacidade de se expressar, sua mãe indagou se ele estava apto a contar o que havia ocorrido. Ele descreveu que, imediatamente após chegar ao local onde os outros estavam jogando, a bola colidiu com o portão da casa do vizinho.

Quando a bola caiu em frente à casa, ele se aproximou para buscá-la, e essa pessoa terrível disse: “Saiam daqui, vocês estão me incomodando”. Meu filho ergueu as mãos e disse: “Está bem, desculpe, vamos sair, não queremos confusão”. Porque ele já havia adotado um tom agressivo em relação ao meu filho e às outras crianças presentes. Meu filho pediu desculpas e deu as costas. Foi então que essa pessoa atacou meu filho com uma facada pelas costas. É uma situação inaceitável, um verdadeiro pesadelo em nossas vidas. Só a ajuda de Deus, meu marido e nossa família pode me acalmar — descreveu a mãe.