Militares que teriam planejado matar Lula podem virar réus hoje; relembre

STF Avalia Denúncia Contra Núcleo Militar em Suposta Tentativa de Golpe

A partir desta terça-feira, dia 20, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) se reúne para decidir se torna réus mais 12 pessoas que foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Esse grupo faz parte de um inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado que teria ocorrido logo após as eleições de 2022. O presidente da Primeira Turma, o ministro Cristiano Zanin, já reservou a manhã da quarta-feira, dia 21, para continuar a sessão, caso o julgamento não seja finalizado no primeiro dia.

Composição do Núcleo 3

O chamado “núcleo 3” é composto por 11 militares do Exército e um policial federal. As investigações revelaram que esse grupo teria um papel crucial nas ações táticas do suposto plano golpista. Um dos objetivos seria exercer pressão sobre o Alto Comando das Forças Armadas para que se unissem ao golpe. É importante ressaltar que entre os denunciados estão indivíduos que, segundo a investigação, elaboraram o plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”. Este plano previu, entre outras coisas, assassinatos de figuras políticas como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice, Geraldo Alckmin, e do próprio ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Detalhes do Plano Golpista

A investigação da Polícia Federal culminou na denúncia, destacando que o planejamento incluía até mesmo o sequestro do ministro Moraes. Em áudios que vieram à tona recentemente, o agente da PF Wladimir Matos Soares, preso desde novembro de 2024, foi ouvido afirmando que estava preparado para prender o ministro do STF. Em suas palavras, Moraes “tinha que ter tido a cabeça cortada”. Este tipo de discurso revela a gravidade da situação e a disposição do grupo em levar adiante suas ameaças.

Quem São os “Kids Pretos”?

Entre os 11 militares, três deles — Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Hélio Ferreira Lima — fazem parte das Forças Especiais do Exército, conhecidos como os “kids pretos”. Mas afinal, o que significa esse apelido? Os “kids pretos” são militares que concluíram o Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, e são treinados para atuar em situações críticas, em ambientes hostis e com alta complexidade política. Eles são considerados a elite das Forças Armadas e têm um treinamento que os prepara para missões muito específicas e desafiadoras.

Missões e Treinamentos

Essas operações podem ocorrer tanto em tempos de crise quanto em períodos de estabilidade institucional. A formação dos “kids pretos” pode ser feita em três locais distintos: no Comando de Operações Especiais em Goiânia, no Centro de Instrução de Operações Especiais em Niterói, e na 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus. A intensidade do treinamento que esses militares recebem é um fator que os distingue e os coloca em uma posição estratégica dentro do Exército.

Codinomes e Estratégias

A Polícia Federal, em um relatório divulgado em novembro, revelou que os militares usavam codinomes para se referir aos alvos do plano “Punhal Verde e Amarelo”. O presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin, por exemplo, eram chamados de “Jeca” e “Joca”. O ministro Moraes, por sua vez, era referido como “Professora”, um nome que foi atribuído a ele por Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Que Acontecerá Agora?

Os envolvidos no núcleo 3 foram denunciados pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, e outros. Caso os ministros do STF aceitem a denúncia da PGR, os acusados se tornariam réus e responderiam a uma ação penal na Suprema Corte. A Primeira Turma é composta por ministros como Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.

Conclusão

Até agora, o STF já aceitou denúncias contra outros três núcleos relacionados a este caso, totalizando 21 réus entre os 34 denunciados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. A sociedade aguarda ansiosa por mais desdobramentos dessa situação, que coloca em debate a segurança e a integridade das instituições democráticas no Brasil.

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