O Flamengo, um dos clubes de futebol mais emblemáticos do Brasil, está de luto. Adenir Silva, carinhosamente conhecido como Denir, o histórico massagista do clube, faleceu aos 75 anos após uma corajosa batalha contra um câncer no cérebro diagnosticado em 2022. Sua trajetória, marcada por dedicação, paixão e inúmeros títulos conquistados junto ao Flamengo, deixa um vazio não apenas para a equipe, mas para o futebol brasileiro como um todo.
Denir, nascido em Nova Iguaçu em 20 de setembro de 1948, ingressou no Flamengo em 26 de outubro de 1981, tornando-se uma figura icônica no clube ao longo de 42 anos. Seu papel transcendia a simples função de massagista; ele era um verdadeiro guardião do Manto Sagrado, zelando pelas tradições e valores do clube que se tornou sua segunda casa.
A notícia do diagnóstico de câncer no cérebro, em 2022, abalou não apenas a família flamenguista, mas também todo o mundo do futebol. Denir, mesmo enfrentando a doença com bravura, não poupou esforços para continuar exercendo sua função e compartilhando sua paixão pelo Flamengo. Sua jornada, repleta de momentos memoráveis, não será esquecida.
A comunidade rubro-negra perdeu mais do que um funcionário; perdeu um símbolo, um ícone do rubro-negrismo. Nas redes sociais, o clube expressou seu lamento, destacando Denir como um “pilar de nossos valores” e um “griô em vermelho e preto”. Suas mãos, que cuidaram do Manto Sagrado por mais de quatro décadas, foram beijadas e aplaudidas pelos jogadores e funcionários do Flamengo, em um gesto simbólico que ilustra a reverência e gratidão pela dedicação incansável de Denir.
“Perdemos um dos nossos. Adenir Silva, o nosso Deni, nos deixou aos 75 anos. Um pilar de nossos valores, um símbolo máximo do rubro-negrismo, um griô em vermelho e preto. Poucas são as palavras capazes de definir um homem que se tornou ídolo da Maior Torcida do Mundo sem jamais ter entrado em campo como atleta do clube. Desde 26 de outubro de 1981 – até a eternidade -, o Flamengo foi e é Deni. Por 42 anos, dois meses e cinco dias, o Manto Sagrado foi cuidado com o capricho, a altivez e a sabedoria de um guardião apaixonado por nossas cores e por quem somos. Que sempre nos lembremos de Deni quando nos lembrarmos do Flamengo – sempre foram e para sempre serão sinônimos”, disse.
Em 2021, durante a final da Copa Libertadores da América contra o Vélez Sarsfield, Denir foi lembrado pelo ex-capitão Diego Ribas, destacando sua importância na trajetória vitoriosa do clube. Ele esteve presente em conquistas épicas, erguendo troféus de 36 títulos, incluindo oito Campeonatos Brasileiros, duas Libertadores e um Mundial. Sua participação ativa e constante no grupo do Flamengo o transformou em uma figura querida e respeitada por todos.
O gesto de Gabigol, que repetidamente beijava as mãos de Denir, tornou-se um símbolo da gratidão e carinho que os jogadores nutriam por ele. Esse episódio, que se desenrolou após a cirurgia para a retirada do tumor, é uma representação vívida do impacto que Denir teve não apenas nos bastidores, mas no coração da equipe.
Além de sua contribuição ao Flamengo, Denir teve uma carreira marcante fora do Brasil, participando de quatro Copas do Mundo, sendo três delas pela seleção brasileira. Sua paixão pelo futebol o levou a viver momentos intensos, mas foi durante sua longa e frutífera jornada no Flamengo que ele deixou uma marca indelével.
A pandemia, que trouxe desafios adicionais, não impediu Denir de continuar sua missão. Mesmo afastado temporariamente por fazer parte do grupo de risco, ele retornou ao convívio da equipe, vivendo grandes momentos e compartilhando sua energia positiva até o último instante.
A despedida de Denir deixa não apenas o Flamengo de luto, mas toda a comunidade esportiva e seus admiradores. Seu legado vai além dos títulos conquistados; ele deixa um exemplo de dedicação, amor ao esporte e respeito pelas tradições do futebol brasileiro. Que o Flamengo e seus torcedores sempre se lembrem de Denir como uma parte inseparável de sua história, um guardião que honrou o Manto Sagrado com sua vida e paixão pelo clube.
Hoje, o Flamengo chora.
— Flamengo (@Flamengo) January 1, 2024
Perdemos um dos nossos. Adenir Silva, o nosso Deni, nos deixou aos 75 anos.
Um pilar de nossos valores, um símbolo máximo do rubro-negrismo, um griô em vermelho e preto. Poucas são as palavras capazes de definir um homem que se tornou ídolo da Maior… pic.twitter.com/Ma0HPdoIoT