‘Muitas pessoas gritando’ Relata passageiro que estava em avião que fez pouso forçado após fumaça a bordo; vídeo

Um viajante que se encontrava a bordo da aeronave da Gol, que teve que realizar um pouso de emergência no Aeroporto Santos Dumont, localizado no Rio de Janeiro (RJ), descreveu os momentos de intensa apreensão durante a manhã do último sábado (2), em entrevista ao G1.

O voo G3 1003, que estava programado para se dirigir a Congonhas, na cidade de São Paulo (SP), teve que voltar ao aeroporto de partida pouco depois da decolagem devido à detecção de fumaça branca a bordo.

Julian von Dueffel relatou: “Nós decolamos, pude ver a Praia da Barra, e de repente essa fumaça começou a surgir. Olhei para trás e percebi que a aeronave estava cheia de fumaça, espalhando-se rapidamente. Houve um pânico, com muitas pessoas gritando e pedindo que as máscaras caíssem.”

O passageiro também divulgou um vídeo desse momento em suas redes sociais. As imagens mostram claramente a presença de fumaça no interior da aeronave e os passageiros usando suas roupas para cobrir nariz e boca (veja acima).

Julian mencionou que é mentor de uma técnica relacionada à respiração, o que, segundo ele, contribuiu para que conseguisse manter a calma durante a situação ocorrida.

Julian explicou: “Esse treinamento ensina o autocontrole e a capacidade de lidar com as emoções, porque quando passamos por uma situação como essa, há um nível de estresse e trauma, e o corpo pode dominar a pessoa, levando-a a entrar em hiperventilação. Na minha carreira relacionada à respiração, aprendi a regular e controlar meu corpo.”

A Gol comunicou que a aeronave pousou sem problemas, e os 102 passageiros a bordo, juntamente com a tripulação, foram desembarcados em segurança usando as escadas. A companhia informou que quatro passageiros foram encaminhados ao posto médico para avaliação, mas todos já foram liberados.

Conforme esclarecido pela companhia, a fumaça foi gerada pelos vapores de fluido hidráulico que entraram na cabine através do sistema de ventilação.

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Máscaras não caíram

É importante notar que o procedimento padrão em caso de fumaça ou fogo a bordo em aeronaves, como o Boeing 737 mencionado, não prevê a liberação das máscaras de oxigênio aos passageiros. As máscaras de oxigênio normalmente são acionadas em situações de despressurização da cabine, e não especificamente de fumaça ou fogo. Portanto, a ausência de acionamento das máscaras de oxigênio nessa situação parece estar em conformidade com os procedimentos de segurança estabelecidos para essa aeronave.

Dentro de uma aeronave, os métodos de combate a incêndio geralmente envolvem o resfriamento e o abafamento. Acionar as máscaras de oxigênio em caso de fumaça ou fogo a bordo poderia criar dois problemas:

1. Aumento do risco de incêndio: Ao fornecer oxigênio adicional na cabine, as máscaras poderiam potencialmente alimentar o fogo se o incêndio não estiver sob controle. O oxigênio é essencial para a combustão, e, em um ambiente onde há fumaça ou fogo, a introdução de mais oxigênio pode agravar a situação.

2. Risco de intoxicação por fumaça: Se as máscaras de oxigênio fossem acionadas quando não fosse necessário, isso poderia expor os passageiros à fumaça tóxica por um período mais longo. Em vez disso, é crucial focar em métodos de resfriamento e abafamento para controlar a situação de fumaça ou fogo a bordo, enquanto os procedimentos de evacuação e segurança são seguidos.

Portanto, os procedimentos de segurança das aeronaves são projetados para atender a situações específicas e garantir a segurança dos passageiros e tripulação, evitando agravar potencialmente a situação em caso de fumaça ou fogo a bordo.

Cabine

Dentro da cabine, os pilotos são treinados para usar máscaras de oxigênio em situações de emergência, e essas máscaras geralmente são conectadas a garrafas de oxigênio. A principal diferença entre as máscaras dos pilotos e as dos passageiros é a fonte de oxigênio.

As máscaras dos pilotos são projetadas para fornecer um suprimento de oxigênio diretamente a partir de garrafas de oxigênio a bordo da aeronave. Isso garante que os pilotos tenham um fornecimento contínuo de oxigênio de alta pureza, independentemente das condições na cabine.

Por outro lado, as máscaras de oxigênio para os passageiros geralmente operam a partir de geradores químicos que liberam oxigênio quando puxadas. Esses geradores químicos são ativados pelo passageiro quando puxam a máscara para baixo. Isso ajuda a conservar o oxigênio e garante que haja oxigênio suficiente para os passageiros durante a descompressão da cabine, que é uma das principais razões para o uso das máscaras pelos passageiros.

Em resumo, as máscaras de oxigênio dos pilotos são projetadas para fornecer oxigênio de maneira contínua e independente, enquanto as dos passageiros operam com base em geradores químicos ativados durante uma despressurização da cabine. Ambos os sistemas são projetados para garantir a segurança dos ocupantes da aeronave em diferentes situações de emergência.