Mulher suspeita de envenenar bolo no RS pesquisou arsênio na internet, afirma Justiça

O caso que aconteceu em Torres (RS), envolvendo a morte de três pessoas após o consumo de um bolo envenenado, ainda está gerando muita repercussão. A mulher suspeita de ter cometido o crime, Deise Moura dos Anjos, foi presa após as investigações mostrarem que ela teria feito buscas na internet sobre arsênio, uma substância super tóxica, antes do ocorrido. Essas pesquisas foram confirmadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que, em nota à RBS TV, disse que os dados extraídos do celular da Deise mostram que ela procurou sobre arsênio e produtos relacionados, até mesmo no Google Shopping.

O arsênio é um elemento químico extremamente perigoso, conhecido por sua toxicidade. No Brasil, seu uso é restrito, sendo autorizado apenas como agente quimioterápico, e também para matar ratos, mas com sérias restrições. De acordo com a polícia, a mulher fez essas buscas ainda em novembro, o que levantou suspeitas sobre seu envolvimento com a morte das vítimas, que aconteceu em 23 de dezembro.

A investigação continua, mas a motivação do crime ainda não foi revelada pelos investigadores. A polícia alegou que, nesse momento, não é interessante divulgar essa informação, para não prejudicar o andamento da apuração.

O envenenamento foi identificado como a causa das mortes de três mulheres da mesma família, todas após comerem o bolo preparado pela Zeli dos Anjos, mãe de Deise. A própria Zeli, ao que tudo indica, não estava envolvida diretamente no crime. Deise foi presa em 5 de janeiro por ser suspeita de ser a responsável pelo envenenamento, e está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres. Ela responde por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por ter usado veneno, além de tentativa de homicídio contra outras três pessoas da mesma família.

A prisão de Deise tem prazo de 10 dias, tempo que a polícia tem para finalizar a investigação. A defesa da suspeita, no entanto, disse que ela foi atendida na prisão, mas ainda não teve acesso a todos os detalhes da investigação.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP), por meio de sua diretora Marguet Mittman, confirmou que a fonte do veneno foi a farinha usada para fazer o bolo que as vítimas consumiram. Segundo ela, foram encontradas concentrações altíssimas de arsênio no corpo das três vítimas. “As concentrações eram tão elevadas que chegaram a ser letais. Para se ter uma ideia, 35 microgramas de arsênio já seriam suficientes para matar uma pessoa. Em uma das vítimas, a quantidade encontrada foi 350 vezes maior do que o suficiente para causar a morte”, explicou Marguet.

Além disso, a polícia recolheu 89 amostras da casa de Zeli, a mulher que fez o bolo, e em uma delas foi identificado arsênio na farinha. Isso confirma a ligação entre a farinha e o veneno que causou o envenenamento. A questão agora é entender o motivo de Deise ter envenenado o bolo e o que realmente aconteceu nessa trama trágica.

O caso continua sendo investigado e, com certeza, novas informações virão à tona nos próximos dias. O que é certo é que uma tragédia assolou essa família, e a justiça precisa ser feita para que os responsáveis por esse crime tão chocante paguem por seus atos.