Mulher viraliza ao ‘prever’ desastre com submarino em brincadeira viral com ‘cartela de bingo’

 

Uma mulher se tornou viral depois de “prever” o naufrágio de um submarino em uma “cartela de bingo” para o ano de 2023.

Essa usuária do TikTok participou de uma tendência popular no final do ano passado, na qual as pessoas preenchiam uma cartela semelhante a um jogo de bingo com suas previsões para o ano seguinte.

Naturalmente, muitas das previsões não se concretizaram. No entanto, uma delas chamou atenção por quase se tornar realidade: a prisão do ex-presidente americano Donald Trump (ele foi indiciado por 37 acusações, mas não foi detido). A mulher do TikTok ganhou notoriedade após o desaparecimento do submarino Titan durante uma expedição aos destroços do Titanic, com cinco pessoas a bordo. Na sua cartela, ela havia previsto um desastre envolvendo um submarino.

 

“Não posso ajudar, mas acho que foi minha culpa”, disse ela.

O vídeo em que ela exibe sua “previsão” já acumulou mais de 3,6 milhões de visualizações. Quando as notícias do desaparecimento do submarino Titan surgiram, a tiktoker admitiu ter ficado apreensiva. Após a confirmação da implosão do submarino e das mortes, a procura por seus vídeos na plataforma disparou.

Corpos das vítimas do submarino Titan viraram fragmentos e alimentarão a fauna marinha, avaliam especialistas

De acordo com especialistas entrevistados pelo g1, a implosão do submarino Titan no Oceano Atlântico, durante a expedição para explorar os destroços do Titanic, resultou no esmagamento e fragmentação dos corpos das cinco vítimas. Devido à alta pressão da água a uma profundidade de 4 mil metros, os restos mortais foram divididos em partes extremamente pequenas, tornando sua recuperação altamente improvável.

Existem dois fatores principais que contribuem para essa situação:

1. A enorme pressão exercida pela água nas grandes profundidades.

2. A presença de uma fauna marinha voraz, incluindo tubarões, peixes-bruxa e vermes-zumbi, que se alimentam avidamente de restos orgânicos.

1 – A alta pressão que levou ao esmagamento dos passageiros

Quanto maior a profundidade no mar, maior a pressão exercida pela água. Quando nós mergulhamos por dois ou três metros, por exemplo, já sentimos os ouvidos “estalarem”. Imagine só a 4 mil metros, como era o caso do submarino. O veículo, provavelmente por causa de um defeito no casco, não resistiu e implodiu.

“É um efeito devastador”, afirma Thomas Gabriel Clarke, do Laboratório de Metalurgia Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Uma das comparações que mostra a força da implosão (que ocorreu em uma fração de segundo) é que a água exercia uma pressão equivalente à de um elefante pisando sobre um pedaço de papel de 25 centímetros quadrados.

A implosão do submarino resultou em uma morte instantânea para as vítimas, que nem perceberam o que estava acontecendo. De acordo com o pesquisador Carlos Daher Padovezi, do Laboratório de Infraestrutura em Energia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), as paredes do submarino esmagaram os passageiros, deixando apenas “micropedaços” dos corpos.

Ao contrário de uma morte por afogamento, onde ocorre asfixia após alguns minutos, a implosão em grandes profundidades age como um trauma súbito sobre os corpos, transformando-os instantaneamente em destroços, explica Arthur Segurado, coordenador da anestesia do Hospital Sírio-Libanês (SP).

Além disso, a fauna marinha que habita as profundezas do oceano, como peixes, tubarões, crustáceos e vermes, provavelmente se alimentará dos restos mortais. Em profundidades de 4 mil metros, esses seres enfrentam dificuldades para obter alimento devido à falta de luz para a fotossíntese.

Conforme explicado por Paulo Yukio Gomes Sumida, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), as partes moles dos corpos devem desaparecer em poucas semanas, enquanto os ossos, devido à sua matriz cálcica, levarão mais tempo para serem consumidos pelos organismos marinhos, possivelmente um ou dois anos.