Na Colômbia, pré-candidato de direita a presidente é baleado

No último sábado, dia 7, a política colombiana foi sacudida por um episódio que parecia cena de filme – só que, infelizmente, foi real. O senador Miguel Uribe Turbay, um dos nomes mais comentados na corrida presidencial pelo partido de direita Centro Democrático, acabou sendo vítima de um atentado a tiros durante um evento de campanha na cidade de Bogotá.

O ataque rolou no bairro Modelia, na zona oeste da capital. Ainda era cedo quando começaram os burburinhos nas redes sociais e logo depois veio a confirmação: o senador, de apenas 39 anos, tinha sido baleado e socorrido às pressas por aliados que tavam no local. Ele foi levado direto pra Clínica Colombia. A informação que circula é que ele teria levado seis tiros (!), o que deixou todo mundo em choque.

Pouco tempo depois, a polícia anunciou que prendeu dois suspeitos que tavam por perto e que teriam ligação direta com o crime. Ainda não se sabe o que motivou o ataque, mas a tensão no país, principalmente envolvendo figuras políticas, vem aumentando há meses. E esse atentado reacende um alerta que muitos já vinham apontando: a crescente sensação de insegurança na Colômbia.

Miguel Uribe não é um nome qualquer na política local. Ele tem uma ligação histórica com figuras de peso. É neto do ex-presidente Julio César Turbay, que governou a Colômbia entre 1978 e 1982, e filho de Diana Turbay, uma jornalista que foi sequestrada e acabou assassinada em 1991 por capangas de Pablo Escobar. A história da família, como dá pra ver, carrega tragédias e muita política no meio.

Ligado ideologicamente ao ex-presidente Álvaro Uribe, Miguel sempre se posicionou como um crítico feroz do atual governo de Gustavo Petro, principalmente nas pautas relacionadas à segurança pública – ironicamente, o mesmo tema que agora o colocou no centro de uma tentativa de assassinato. Ele também foi vereador em Bogotá entre 2012 e 2015 e, desde 2022, ocupa uma cadeira no Senado.

A reação ao atentado foi imediata. Entre os primeiros nomes a se manifestar tava a chanceler Laura Sarabia, que usou sua conta no X (antigo Twitter) pra repudiar o ataque. “A violência nunca poderá ser o caminho. Rejeito veementemente o atentado contra Miguel Uribe. Espero sinceramente que ele esteja bem e fora de perigo. Nada justifica o uso da violência em uma sociedade que busca construir a paz”, escreveu ela.

O caso gerou uma comoção generalizada, com figuras de todos os lados do espectro político se manifestando. Alguns analistas já começam a prever que esse episódio pode alterar os rumos da campanha presidencial de 2026, seja pelo fortalecimento da imagem de Uribe Turbay como vítima da violência política, seja por jogar mais lenha na fogueira da polarização já tão acesa no país.

Vale lembrar que a Colômbia vive um momento delicado, com uma crescente onda de crimes, ataques a líderes comunitários e violência armada, especialmente em regiões onde o governo tem pouca presença. Gustavo Petro tem sido cobrado duramente por suas promessas de campanha de pacificação e, até agora, os resultados têm sido bem tímidos.

Ainda não há detalhes sobre o estado de saúde mais recente de Miguel Uribe, mas a expectativa é de que ele sobreviva – o que, por si só, já é um milagre. E a política colombiana, mais uma vez, mostra como pode ser perigosa. Não é só debate e microfone. Em muitos casos, é bala mesmo.