Nikolas Ferreira não se cala e fala o que pensa sobre Fernanda Torres no Oscar

Nikolas Ferreira, conhecido por suas duras críticas aos artistas brasileiros, surpreendeu ao afirmar que se rendeu à disputa pelo Oscar e que, agora, não torce contra Fernanda Torres. A atriz, filha da renomada Fernanda Montenegro, está concorrendo ao prêmio de Melhor Atriz pelo filme Ainda Estou Aqui, que também foi indicado a Melhor Filme e Melhor Filme Internacional.

Ele comentou: “Acho que todo mundo tem que separar a arte da política de uma pessoa. Não tem como negar que o Man Brown é um monstro do rap só porque ele apoia o Lula, né? O cara mudou o rap no Brasil! Não é porque ele é de esquerda que a arte dele deve ser descartada.”

Durante uma entrevista com o comediante Maurício Meirelles, no programa Achismos, exibido no YouTube, Nikolas ainda elogiou o trabalho artístico de outros nomes do cinema e da TV. “A Fernanda Torres é uma atriz de primeira, assim como a mãe dela, a Fernanda Montenegro. E o Wagner Moura? O cara foi sensacional como o Capitão Nascimento”, afirmou. Ele defendeu que o talento artístico não deve ser julgado com base nas posições políticas de ninguém.

Maurício, então, quis saber se ele comemoraria uma possível vitória de Fernanda no Oscar, e Nikolas respondeu que não, mas também não se oporia a ela ganhar. “Nunca comemorei nenhum filme, então não seria agora que eu ia começar. Não me importa muito, não é algo que me faça ficar empolgado. Não vou ficar torcendo contra só porque ela é de esquerda ou porque já conversou com o Lula”, explicou o deputado.

O deputado também falou sobre a questão de como ele acredita que a esquerda está usando o filme de Fernanda Torres para fins políticos. “Eles estão querendo fazer disso uma pauta política, né? A esquerda usou esse filme para tentar fazer um movimento político, e isso não é certo. A direita que faça seus filmes também. Só que filme se combate com filme, e cultura se enfrenta com mais cultura”, disse ele.

Além disso, Nikolas revelou que foi pressionado a gravar vídeos criticando outros filmes, como o que retrata a vida de Rubens Paiva, um ativista e vítima da ditadura militar. Mas ele se recusou a fazer essas críticas. “Me pediram para gravar vídeos detonando o filme, mas eu não fiz. Como você vai combater o sentimento de uma pessoa com um vídeo desses? O pessoal pode fazer filme sobre o que quiser. Tem até filme que coloca Che Guevara como herói. A arte é livre, cada um faz o que quer. O importante é que o outro lado também faça filmes e movimente a galera. A arte é para tocar as pessoas”, finalizou.

Nikolas Ferreira, assim como muitos outros envolvidos com o debate político e cultural no Brasil, tem gerado bastante discussão com suas declarações. Seu posicionamento sobre separar a arte da política e sobre não “torcer contra” por questões ideológicas tem gerado elogios e críticas. Cada vez mais, a questão sobre como a política interfere na arte e como os artistas lidam com isso é um tema importante nos dias de hoje, principalmente em um país tão polarizado como o Brasil.