Na tarde desta segunda-feira (10), a polícia esclareceu que Carlos Alberto Souza, pai de Vitória Regina, de 17 anos, não teve qualquer envolvimento na morte da própria filha. A atualização foi feita durante uma coletiva de imprensa, na qual os investigadores descartaram sua participação no crime que chocou a cidade de Cajamar, São Paulo.
Carlos Alberto chegou a ser considerado suspeito devido a alguns comportamentos que despertaram atenção, como a solicitação de um terreno ao prefeito local logo após a morte da jovem. Além disso, informações iniciais indicavam que ele havia omitido ligações feitas para Vitória no dia de seu desaparecimento e que, durante os depoimentos, não demonstrou emoções aparentes. Esses fatores levaram a especulações sobre seu possível envolvimento, mas, após uma análise mais detalhada, os investigadores concluíram que não há indícios concretos contra ele.
O advogado de Carlos Alberto, Fábio Costa, se manifestou logo após o pronunciamento da polícia, afirmando que trabalhará para restaurar a imagem de seu cliente. Segundo ele, o pai da jovem nunca chegou a ser formalmente ouvido pelas autoridades e, por isso, ainda não teve oportunidade de apresentar sua versão completa dos fatos. “Ele foi julgado antes mesmo de ser ouvido corretamente”, destacou o advogado, enfatizando que pretende esclarecer todos os pontos controversos dessa acusação equivocada.
A POLÊMICA SOBRE O COMPORTAMENTO DO PAI
Desde o início das investigações, a reação de Carlos Alberto diante da morte da filha gerou debates acalorados. Muitos se perguntaram por que um pai, diante de uma tragédia tão brutal, não teria demonstrado sinais evidentes de sofrimento. Segundo fontes ligadas à investigação, os policiais relataram que ele manteve uma postura considerada “fria” e “pouco emotiva” durante os questionamentos.
No entanto, especialistas apontam que não há um padrão fixo para lidar com o luto, especialmente em situações de grande choque emocional. “Cada pessoa reage de uma forma distinta a tragédias. Algumas desabam em lágrimas, enquanto outras entram em um estado de negação ou choque. Isso não significa, necessariamente, culpa ou envolvimento no crime”, explicou a psicóloga forense Mariana Andrade, em entrevista ao UOL.
A defesa de Carlos Alberto reforça esse ponto, destacando que a ausência de uma reação “convencional” não pode ser usada como prova contra ele. Além disso, alegam que sua solicitação de um terreno à prefeitura foi mal interpretada e não tem qualquer relação com o assassinato de Vitória.
A INVESTIGAÇÃO SEGUE EM OUTRA DIREÇÃO
Com a exclusão de Carlos Alberto da lista de suspeitos, as autoridades seguem aprofundando as investigações sobre os verdadeiros responsáveis pelo crime. Até o momento, os principais indícios apontam para Daniel, um homem que supostamente mantinha um relacionamento com o ex-namorado de Vitória, Gustavo Vinícius de Moraes. Ele é apontado como o mentor do assassinato e teria contado com a ajuda de dois comparsas para executar o plano.
O corpo de Vitória Regina foi encontrado em uma área de mata, com sinais de tortura e extrema violência. A brutalidade do crime gerou revolta e mobilizou a opinião pública, que exige justiça. Protestos estão sendo organizados na cidade e nas redes sociais, enquanto grupos de ativistas pressionam as autoridades para garantir a prisão de todos os envolvidos.
O CASO NA MÍDIA
A tragédia envolvendo Vitória ganhou grande repercussão na mídia nacional. Canais de televisão, portais de notícias e influenciadores digitais têm acompanhado cada nova atualização do caso. A CNN Brasil divulgou trechos da coletiva de imprensa, destacando a reviravolta na investigação e a retirada do nome de Carlos Alberto da lista de suspeitos.
No Twitter e no Instagram, a hashtag #JustiçaPorVitória continua entre os assuntos mais comentados, com milhares de usuários expressando solidariedade à família e cobrando respostas das autoridades. A comoção pública tem sido fundamental para manter a pressão sobre os investigadores e garantir que o caso não caia no esquecimento.
PRÓXIMOS PASSOS
A polícia segue coletando depoimentos e reunindo provas para consolidar o inquérito. Perícias adicionais estão sendo realizadas para esclarecer detalhes ainda nebulosos do crime. A expectativa é que novos desdobramentos surjam nos próximos dias, com possíveis mandados de prisão sendo expedidos contra os suspeitos já identificados.
Enquanto isso, a família de Vitória Regina tenta lidar com a dor irreparável de sua perda. Amigos e conhecidos organizam homenagens à jovem, que tinha toda a vida pela frente e foi brutalmente arrancada do convívio de seus entes queridos. O desejo de justiça permanece como um grito coletivo, ecoando não apenas em Cajamar, mas em todo o Brasil.