Pai que jogou filho de ponte já havia tentado matar a criança antes; diz delegado

A cidade de São Gabriel, no Rio Grande do Sul, foi palco de uma tragédia que gerou indignação nacional. Tiago Ricardo Felber, de 39 anos, matou seu próprio filho, Theo Ricardo Felber, de apenas cinco anos, ao jogá-lo de uma ponte no rio Vacacaí, em um ato de extrema brutalidade. O caso se tornou ainda mais revoltante com a revelação de que essa não foi sua primeira tentativa de tirar a vida da criança.

O delegado responsável pela investigação, Daniel Severo, confirmou que Tiago já havia tentado matar Theo no dia anterior ao crime, mas, por algum motivo, não conseguiu concretizar sua intenção. Essa informação reforça a tese de que o assassinato foi premeditado, aumentando a gravidade do caso.

A sequência dos fatos: como aconteceu o crime

Na tarde da última terça-feira (25), Theo foi levado pelo pai para um passeio de bicicleta. Câmeras de segurança registraram o homem pedalando com o menino na frente pouco antes da tragédia. Segundo as investigações, ele passou um tempo circulando pela cidade, aparentemente em busca de um local apropriado para executar o plano cruel.

Minutos depois, Tiago chegou à ponte sobre o rio Vacacaí e, sem demonstrar hesitação, jogou o filho na água. Em seguida, dirigiu-se até a Brigada Militar e confessou o crime, entregando-se voluntariamente.

A frieza do assassino e a maneira como tudo foi conduzido deixaram a comunidade em choque. Moradores, amigos da família e até pessoas de outras regiões manifestaram revolta e tristeza diante da brutalidade do ato.

As investigações e a busca por Theo

Após a confissão, as autoridades iniciaram as buscas pelo corpo do menino no rio, um trabalho árduo que contou com apoio de equipes especializadas. Ao mesmo tempo, a polícia começou a reunir evidências para entender todos os detalhes do crime.

Uma das principais questões a serem esclarecidas pelos laudos periciais é se Theo faleceu antes ou depois de ser jogado da ponte. Essa informação será fundamental para determinar o grau de crueldade do crime e a pena que Tiago poderá receber.

Enquanto a investigação segue, um fato chamou a atenção: o assassino ainda não havia constituído um advogado para sua defesa, conforme informações divulgadas pelo portal G1. Isso pode indicar que ele não tem interesse em contestar as acusações ou que aguarda nomeação de um defensor público.

A motivação: crime por vingança

A principal hipótese levantada pelas autoridades é que Tiago teria cometido o assassinato como forma de vingança contra a mãe de Theo. O casal estava separado, e a criança morava com a mãe em Nova Hartz, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Durante os dias em que estava sob os cuidados do pai, a vida do menino foi brutalmente interrompida.

Segundo relatos da polícia, Tiago passou horas procurando um local onde pudesse executar o crime, o que demonstra premeditação e frieza. O fato de ele ter tentado matar o filho no dia anterior e não ter desistido reforça ainda mais sua intenção cruel.

Comoção e apoio à família

A morte de Theo causou comoção não só em São Gabriel, mas em todo o estado do Rio Grande do Sul. A Prefeitura do município, por meio de uma nota oficial, expressou profundo pesar pela perda do menino e ofereceu apoio à família e aos colegas da EMEF Imigrante, onde Theo estudava.

Nas redes sociais, muitas pessoas lamentaram a tragédia e cobraram justiça. O caso levantou debates sobre a necessidade de mais proteção para crianças em situações de risco, especialmente em casos de separação conflituosa.

O que acontece agora?

Com Tiago preso, o Ministério Público deve apresentar denúncia formal em breve. Ele poderá responder por homicídio qualificado, com agravantes como motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel. Caso condenado, poderá pegar pena máxima.

A brutalidade do caso reforça a urgência de medidas mais eficazes para proteger crianças vulneráveis e evitar que tragédias como essa se repitam. Enquanto isso, a família de Theo enfrenta uma dor irreparável, buscando forças para lidar com a perda e esperando que a justiça seja feita.