A Polícia Militar do estado de São Paulo informou através de nota que afastou das atividades operacionais, o policial Kleber Freitas da Silva. De acordo com informações colhidas sobre o caso, o militar agrediu uma idosa com um soco no rosto durante uma ocorrência policial.
Uma testemunha que se encontrava no local gravou tudo com uma câmera de celular, um homem ainda foi agredido quando estava rendido e algemado pelos policiais. O vídeo que foi anexado como prova em um inquérito aberto pela Polícia Civil, mostra o instante em que o policial Freitas desfere um soco na idosa Vilma de Oliveira.
Como tudo aconteceu
A confusão teve início quando o vizinho de Dona Vilma resolveu construir um muro, que segundo ela, invadia sua propriedade. Após uma intensa e áspera discussão, Dona Vilma decidiu solicitar a presença da polícia, justamente para serenar os ânimos, que estavam exaltados.
Com a chegada dos militares a situação piorou e fugiu de controle, culminando com a prisão de Benedito Rodrigues de Oliveira, filho da idosa. Benedito ainda informou que as agressões tiveram continuidade dentro da viatura, quando ninguém filmava. Após a agressão a idosa foi conduzida até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois liberada. Todas as pessoas envolvidas passaram por exames de corpo de delito, inclusive os militares. O inquérito foi instaurado na Delegacia de Polícia de Igaratá, município do estado de São Paulo.
Depois que tudo aconteceu Dona Vilma estava assustada e apreensiva, agora ela só deseja que tudo volte à normalidade.
A Polícia Militar de São Paulo comunicou que também foi aberto um inquérito Policial Militar, para apurar as condutas de seus agentes e todas as circunstâncias que envolvem o caso. Os policiais informaram que foram hostilizados e agredidos quando exerciam o seu trabalho, e que foram obrigados a usar de força. Os policiais também afirmaram que desejam que tudo seja esclarecido o mais breve possível.
O pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Dennis Pacheco, relata que o uso de câmeras acopladas aos uniformes dos policiais militares têm inibido excessos e abusos por parte dos mesmos. Ressaltando que isso fica limitado às horas em que estão de serviço, não sendo registrado as ocorrências em que os agentes da lei estão de folga. Segundo ele, “as câmeras já demonstraram sua eficácia e seu uso deve continuar, pois é importante”.
O pesquisador, no entanto, critica o trabalho do Poder Judiciário, afirmando que a devida punição das autoridades infratoras deixa a desejar. Ele alerta que pouco mais de 90% dos casos denunciados são arquivados, indicando haver uma certa “leniência” do poder público com os abusos policiais.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo contesta tais afirmações e acrescenta que todos os casos são analisados pelas instituições competentes, que depois chegam até a corregedoria e também são comunicados ao Ministério Público e julgados pela Justiça.
A Polícia Militar informou que 305 policiais participam de um Programa de Apoio e Acompanhamento, conduzido por psicólogos que prestam serviços à corporação. Na esfera da Polícia Civil do estado de São Paulo foram registrados 18 boletins de ocorrência, contando ainda com 52 inquéritos e 27 investigações administrativas, que deram início a 20 processos internos.