Policial militar mata namorada com tiro na cabeça durante discussão

A violência contra a mulher fez mais uma vítima em Belém, no Pará. Na noite da última quarta-feira (12), Bruna Meireles Corrêa, de 31 anos, foi assassinada pelo próprio namorado, um policial militar das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM). O crime aconteceu dentro do carro do suspeito, após uma discussão entre o casal.

Durante o desentendimento, o homem sacou a arma e atirou contra Bruna, acertando o lado esquerdo da cabeça. Mesmo gravemente ferida, ela chegou a ser socorrida e levada com vida para um pronto-socorro, mas não resistiu aos ferimentos.

Bruna era natural de Colares, cidade localizada no nordeste do Pará, e morava em Belém há sete anos. Sua morte chocou familiares, amigos e a comunidade local, que agora clama por justiça.

A Corregedoria da Polícia Militar esteve no local do crime e colheu o depoimento do agressor. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher, e o suspeito foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio.

O avanço preocupante da violência contra mulheres no Brasil

No mesmo dia em que Bruna perdeu a vida, uma pesquisa divulgada pela Rede de Observatórios de Segurança trouxe números alarmantes sobre a violência de gênero no Brasil. Segundo o levantamento, uma mulher é assassinada a cada 17 horas no país, vítima de feminicídio.

O estudo, intitulado “Elas Vivem: Um Caminho de Luta”, analisou casos registrados em diversos estados e revelou um crescimento preocupante nas ocorrências. Em média, 13 mulheres foram vítimas de violência por dia em 2024 nos locais monitorados.

No total, 4.181 mulheres sofreram algum tipo de agressão grave, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior. Em 2023, esse número já era elevado, mesmo sem incluir os casos registrados no Amazonas, que só passou a fazer parte do levantamento neste ano.

O estado de São Paulo lidera o ranking de ocorrências, com 1.177 registros, seguido pelo Rio de Janeiro (633) e pelo Amazonas (604). Já os estados do Maranhão e do Pará apresentaram os maiores aumentos percentuais de casos de violência contra a mulher, com crescimentos de 87,2% e 73,2%, respectivamente.

O impacto do feminicídio e a luta por justiça

A morte de Bruna Meireles não é um caso isolado. Feminicídios são crimes que refletem um problema estrutural na sociedade brasileira: a violência de gênero. Na maioria das vezes, essas mulheres são assassinadas por seus próprios companheiros ou ex-companheiros, dentro de casa ou em espaços íntimos.

A tragédia que ocorreu em Belém reforça a urgência de políticas públicas mais eficazes para proteger as mulheres. Apesar de leis como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, ainda há muitas falhas na prevenção e na punição desses crimes.

Além do fortalecimento de medidas protetivas, especialistas destacam a importância da educação para combater a cultura da violência e do machismo. Campanhas de conscientização, atendimento psicológico para vítimas e rigor nas investigações são algumas das estratégias que podem ajudar a reduzir esses números alarmantes.

A repercussão do caso e os próximos passos da investigação

A prisão do suspeito foi feita em flagrante, mas as investigações continuam para esclarecer todos os detalhes do crime. O depoimento de testemunhas, a análise de provas periciais e o histórico do relacionamento entre Bruna e o agressor serão fundamentais para o andamento do processo.

A expectativa é que a justiça seja feita e que esse caso não se torne apenas mais um número nas estatísticas de feminicídio. Enquanto isso, familiares e amigos de Bruna lamentam a perda de uma mulher jovem, cheia de sonhos e que teve sua vida interrompida de forma brutal.

A violência contra a mulher precisa ser combatida com urgência. Casos como esse mostram que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que nenhuma outra mulher tenha o mesmo destino trágico de Bruna.