Queda do 8º andar: família mudou para partamento era “mais seguro” para criança

Uma tragédia ocorreu na última segunda-feira (7/8) envolvendo Maria Yloa Gomes Tenorio dos Santos, uma criança de 4 anos, que infelizmente faleceu após cair do oitavo andar do prédio onde morava.

A família, que vivia em uma casa anteriormente, decidiu se mudar para o apartamento localizado na Rua Comendador Gil Pinheiro, Tatuapé, zona leste da cidade de São Paulo, acreditando que ofereceria maior segurança para a criança. Segundo o pai, de 48 anos, um incidente na casa anterior teria sido determinante para essa mudança, pois a criança havia subido na escada, expressado o desejo de “voar” e se jogado.

“[Maria Yloa] escapou ileso de ferimentos, mas isso gerou preocupação levando-os a mudar para o apartamento, que consideravam mais seguro e com um terreno plano”, afirmou o pai. “Todas as janelas tinham telas de proteção, exceto a do banheiro”.

No dia do acontecimento, a mãe estava dando banho na criança e precisou se afastar por alguns minutos. A principal suposição das autoridades policiais é que, durante esse intervalo, a menina tenha subido no vaso sanitário, escalado duas prateleiras e caído da janela, que estava a 1,65 metro de altura do solo. Apesar dos esforços de resgate, ela não sobreviveu.

Maria Yloa é a filha mais nova entre três irmãs, sendo as outras duas com idades de 10 e 20 anos. A situação está sob investigação do 30º Distrito Policial (Tatuapé) como um caso de “morte suspeita”, uma classificação utilizada quando as autoridades policiais estão incertas se o ocorrido foi um acidente ou se alguém pode ser considerado responsável pelo incidente.

Sozinha por 5 minutos

Os agentes policiais conversaram com a mãe da criança no hospital, uma corretora de 41 anos, que estava em estado de choque e sob medicação. Ela compartilhou que estava se preparando para levar sua filha à escola quando recebeu uma ligação de um cliente informando que iria buscar a chave de uma propriedade, por volta das 11h45.

De acordo com o testemunho, Maria Yloa foi deixada pela mãe brincando no banheiro. A mãe desceu e voltou cerca de cinco minutos depois, porém não conseguiu encontrar sua filha. Inicialmente, imaginou que a criança poderia ter se escondido, como costumava fazer. Diante da incapacidade de localizá-la, a mãe começou a ficar angustiada e passou a gritar no prédio em busca de ajuda.

Os vizinhos se uniram à mãe na busca dentro do condomínio. Eventualmente, Maria Yloa foi descoberta no jardim, próxima a um par de chinelos cor-de-rosa. Vale ressaltar que não foram identificadas marcas de sangue, conforme relatado no boletim de ocorrência.

Investigação

A genitora relata ter erguido a pequenina nos braços, constatando sua respiração, antes de dirigir-se apressadamente para a via pública. Um indivíduo não identificado teria prestado auxílio ao conduzir a criança até o Hospital São Luiz, onde profissionais médicos empreenderam esforços de reanimação em Maria Yloa ao longo de aproximadamente 50 minutos.

No interior do apartamento, agentes policiais identificaram a presença de um piso de banheiro úmido, bem como indícios de pegadas sobre a tampa do vaso sanitário e a caixa acoplada.

De acordo com a análise realizada, constatou-se que uma das prateleiras na parede apresentava uma inclinação descendente, sugerindo um possível cedimento parcial. Enquanto isso, a segunda prateleira exibia o vidro pendurado, desassociado do suporte de fixação.

Na ocasião em que prestou depoimento na delegacia, o pai relatou que estava no local de trabalho quando recebeu uma ligação informando sobre a queda da filha. Ele mencionou: “Minha esposa sempre cuidou com dedicação das crianças e demonstrou ser extremamente protetora.”