Quem é a pessoa que viveu mais tempo com um coração transplantado

Nas semanas recentes, a informação sobre a necessidade de um transplante cardíaco para o renomado apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão e com 73 anos de idade, ganhou destaque em diversos meios de comunicação por todo o território nacional. No domingo (27), finalmente chegou a notícia aguardada: um coração compatível foi encontrado, e o indivíduo que liderou o programa televisivo mais popular do país durante três décadas já passou pela cirurgia com sucesso em um primeiro momento.

Além dos comentários repletos de desconhecimento sobre o método utilizado pelo SUS para gerenciar a fila de transplantes no Brasil, o que levou muitos a questionar a rapidez do transplante de Faustão, surgiram outras incertezas na mente das pessoas. Algumas delas incluem a média de vida de alguém que recebe um novo coração e o recorde de longevidade entre os receptores de transplantes cardíacos.

As informações referentes à “taxa de sobrevida”, ou seja, o período de tempo durante o qual os pacientes permanecem vivos após passarem pelo procedimento de substituição do miocárdio, são coletadas por nações, contudo, em linhas gerais, a média é comparável entre o Brasil, os EUA e a Europa. 

Dados estatísticos de entidades respeitadas como a Mayo Clinic, nos EUA, o National Health Service (Serviço Nacional de Saúde), no Reino Unido, e o SUS, no Brasil, indicam um intervalo de aproximadamente 13 a 14 anos, embora seja necessário considerar diversas variáveis, incluindo a idade do receptor do órgão e sua condição de saúde global.

No que diz respeito aos registros de maior tempo de sobrevivência após um transplante cardíaco, existem numerosos exemplos documentados. Entre os profissionais de saúde, há um consenso em torno do caso de Sandy Law, uma cidadã britânica de 67 anos, que continua a viver. Ela passou por um transplante cardíaco em 1982, mas em 2005 enfrentou a necessidade de um segundo procedimento. Desde a retirada de seu coração original, ela está prestes a completar 41 anos de vida em novembro.

Outro notável exemplo histórico envolve um cidadão brasileiro, cuja notoriedade reside em ser possivelmente o paciente com o maior tempo de sobrevida pós-transplante cardíaco. Curiosamente, o Livro dos Recordes, conhecido como Guinness, registra outro indivíduo como detentor desse título. 

Natural de Alagoas, Francisco Sebastião de Lima, lamentavelmente falecido em abril deste ano aos 51 anos de idade, conseguiu viver por incríveis 34 anos com o órgão doado que recebeu quando tinha apenas 17 anos. Contrapondo essa informação, o Guinness atribui o recorde ao britânico John McCafferty, que veio a óbito em 2016 após sobreviver por 33 anos com um coração proveniente de um doador anônimo.

Com os avanços tecnológicos, a expectativa de vida dos pacientes nessa condição aumenta significativamente a cada ano. O pioneiro na cirurgia de transplante cardíaco, Louis Washansky, da África do Sul, em 1967, viveu somente 18 dias, enquanto no Brasil, o paciente João Ferreira da Cunha, submetido à primeira cirurgia desse tipo no Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo, sobreviveu por apenas 28 dias. Entretanto, médicos destacam que graças aos métodos modernos e às novas descobertas, casos de sobrevida que ultrapassam duas décadas estão se tornando cada vez mais comuns.

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Sonia Abrão detona repercussão do transplante de Faustão: “Ele não merece”

No programa A Tarde é Sua desta segunda-feira, 28, a apresentadora Sonia Abrão expressou sua individualidade ao oferecer apoio público a Faustão em uma atitude surpreendente. Ela demonstrou estar chocada com a disseminação significativa de informações incorretas que ocorreu.

Ela expressou aprovação pela atitude da família em evitar conjecturas. “Todo o processo foi mantido em total confidencialidade. Somente após a conclusão do transplante é que se confirmou a operação, dando início à narrativa sobre como ele obteve um novo coração em apenas três dias”, relatou.

A comunicadora mencionou que é comum que questionamentos surjam. Ela destacou a progressiva manifestação de questões e incertezas que requerem esclarecimentos, ressaltando a importância de buscar informações. Afirmou também que é inadmissível que a reputação de Faustão seja prejudicada, destacando que ele sempre foi reconhecido por sua integridade e extrema generosidade, e que ele não merece que essa suspeita seja levantada.

Sonia Abrão destacou que a possibilidade de eliminar essa lista de transplantes está ao nosso alcance caso haja um aumento no número de doadores. Ela enfatizou que a responsabilidade de reduzir essa lista está em mãos coletivas. 

Se houver uma conscientização generalizada, poderíamos agilizar significativamente a lista, promovendo uma mudança de mentalidade, superando os receios e compreendendo a importância de deixar um legado. É essencial agir de maneira ágil e considerar todos os aspectos. A questão não se resume a ser rico o suficiente para pagar por um transplante. Isso não condiz com a realidade.