A música brasileira perdeu um de seus intérpretes mais peculiares nesta quinta-feira (27). O cantor Ricardo Braga, famoso por sua impressionante semelhança vocal com Roberto Carlos, faleceu aos 73 anos. A notícia foi confirmada através de suas redes sociais, em uma publicação conjunta com sua gravadora.
“Hoje, o mundo da música perdeu uma pessoa brilhante. O nosso querido Ricardo Braga nos deixou, mas seu legado será eterno com as músicas que emocionaram tantas pessoas. Descanse em paz, amigo.”
Apesar do anúncio oficial, a causa da morte do cantor não foi divulgada. A notícia pegou muitos fãs de surpresa, especialmente aqueles que acompanharam sua longa trajetória e reconheciam sua dedicação à música romântica.
Natural de Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, Ricardo Braga construiu sua carreira inspirado no ídolo que tanto admirava desde a adolescência. Seu nome artístico foi escolhido como homenagem a Roberto Carlos, um de seus maiores referenciais musicais.
O fenômeno da voz idêntica
Diferente de outros artistas que tentam se parecer fisicamente com seus ídolos, Ricardo Braga se destacava por um motivo singular: a voz. Para muitos, escutá-lo cantar pela primeira vez era quase como ouvir o próprio Roberto Carlos. Essa semelhança impressionante fez com que ele ganhasse notoriedade no cenário musical.
No Spotify, plataforma de streaming onde acumulava mais de 20 mil ouvintes mensais, muitos ainda ficavam surpresos ao descobrir que algumas músicas que julgavam ser de Roberto Carlos, na verdade, eram interpretadas por Ricardo. Isso ajudou a manter sua relevância ao longo dos anos, especialmente entre os fãs mais nostálgicos da música romântica brasileira.
Ascensão na era da Jovem Guarda
A carreira de Ricardo Braga ganhou força nos anos 70, período em que o estilo da Jovem Guarda ainda influenciava a música brasileira. Foi nesse contexto que ele lançou, em 1978, o álbum Roberto Collection, um verdadeiro sucesso de público e crítica. O disco trazia interpretações de músicas que remetiam ao estilo do Rei e consolidou Braga como um dos covers vocais mais impressionantes do país.
Com o passar dos anos, Ricardo lançou outros discos e conquistou espaço com músicas próprias. Entre elas, destacam-se Uma Estrela Vai Brilhar e Agradece, ambas compostas por Marcelo Duran, que se tornaram queridinhas entre os fãs.
Já em sua fase mais recente, Ricardo trabalhou no álbum O Cara e o Careta, produzido em parceria com Fábio Stela e Elaine Maia. Esse projeto representou um esforço do cantor em continuar na ativa, explorando novas sonoridades, mas sem perder sua essência romântica.
Além de um cover: um artista completo
Muitos viam Ricardo Braga apenas como um imitador de Roberto Carlos, mas sua carreira foi muito além disso. Ele soube transformar a admiração pelo Rei em um caminho profissional sólido e respeitado. Mesmo sendo conhecido como “sósia de voz”, Ricardo tinha um talento inegável para a interpretação, e seu timbre característico conquistava o público sempre que subia ao palco.
Ao longo de sua vida, Braga se apresentou em diversos eventos, programas de TV e casas de shows pelo Brasil. Seu repertório, além de clássicos de Roberto Carlos, incluía composições próprias e canções românticas que marcaram época.
Seu carisma também era um diferencial. Quem teve a oportunidade de vê-lo ao vivo lembra da forma como ele interagia com o público, sempre demonstrando gratidão pelo carinho que recebia.
Uma despedida sem substituto
A morte de Ricardo Braga deixa um vazio na música romântica brasileira. Seu talento para interpretar grandes canções e sua voz inconfundível fizeram dele uma figura única no cenário musical.
Embora sua trajetória tenha sido marcada pela inevitável comparação com Roberto Carlos, ele conseguiu criar um espaço próprio e cativar uma legião de fãs ao longo das décadas.
Agora, o que fica é o legado deixado por suas gravações e pelas memórias de quem teve o privilégio de ouvir sua voz ao vivo. Ricardo Braga pode ter partido, mas sua música continuará tocando nos corações daqueles que sempre admiraram sua arte.