O desaparecimento e a morte da pequena Yara Karolaine Martins Neves, de apenas 10 anos, chocaram Minas Gerais e geraram uma onda de revolta. A menina sumiu durante o carnaval e, dias depois, seu corpo foi encontrado próximo a uma cachoeira na zona rural do estado. O principal suspeito, Valdenilson Pereira da Silva, um servidor público da cidade de Água Boa (MG), confessou o crime e está preso.
O caso se tornou ainda mais revoltante após a mãe da vítima, Maria Geralda Martins, revelar um detalhe assustador: o assassino esteve em sua casa perguntando sobre Yara, mesmo já sabendo que ela estava morta.
“Esse monstro esteve na minha casa”
Em entrevista à Inter TV, afiliada da TV Globo, Maria Geralda expressou toda a sua indignação ao relembrar o comportamento do criminoso antes de ser preso.
“Jamais imaginava que esse monstro ia fazer isso com a minha filha e depois ainda ir na minha casa procurar informação dela. Isso, para mim, é coisa de um psicopata.”
Ela contou que Valdenilson conhecia suas filhas, mas não mantinha proximidade com elas. Segundo a mãe, ele era apenas um conhecido, que se limitava a cumprimentá-las com um “bom dia” ou “boa tarde”, sem nenhuma relação mais próxima.
O desaparecimento de Yara aconteceu no dia 4 de março, enquanto a cidade ainda vivia o clima de carnaval. No dia seguinte, o próprio Valdenilson esteve na casa da mãe da menina perguntando por ela. E repetiu a visita no dia seguinte, sempre fingindo preocupação.
A busca pela garota seguiu intensa até que, no sábado (8), o pior foi confirmado: o corpo de Yara foi encontrado enrolado em um lençol branco, a 55 quilômetros de distância, na região da Cachoeira Pele de Gato, em São Pedro do Suaçuí.
Ao receber a notícia, a mãe conta que sentiu de imediato que se tratava da filha.
“Quando falaram que acharam um corpo, eu já sabia que era minha filha. Foi um choque.”
A prisão do suspeito e a confissão do crime
Com o desaparecimento de Yara sendo investigado, a polícia teve acesso a imagens de câmeras de segurança que foram essenciais para esclarecer o caso. Os registros mostraram que Valdenilson pegou a menina em casa, usando um carro oficial da Secretaria de Saúde de Água Boa.
Diante das provas, ele foi identificado e preso no domingo (9), sendo levado ao presídio de Guanhães. No depoimento à polícia, ele confessou o crime e revelou detalhes assustadores sobre como tudo aconteceu.
Segundo a versão dele, ao ver a menina sozinha na rua, ele a convidou para ir até sua casa comer pizza. Como era alguém conhecido, Yara aceitou e entrou espontaneamente no carro.
Durante o trajeto, que durou cerca de cinco minutos, o servidor público alegou que ofereceu R$ 50 para a garota. Em seu depoimento, ele disse que Yara aceitou o dinheiro, mas negou ter cometido qualquer abuso sexual contra a menina.
O crime tomou um rumo ainda mais cruel quando, temendo que a menina contasse tudo para a mãe, ele decidiu matá-la. O assassino asfixiou Yara até a morte, e depois, enrolou seu corpo em um lençol. Usando o mesmo carro da prefeitura, levou o corpo até a cachoeira e o jogou em uma vala.
A polícia segue aguardando os resultados dos exames periciais para determinar se houve violência sexual antes do homicídio.
Repercussão e luto na cidade
A morte de Yara deixou a população de Água Boa em choque. A Prefeitura da cidade decretou três dias de luto oficial e divulgou uma nota lamentando o crime brutal.
“Neste momento de dor, nos solidarizamos com a família e reforçamos nosso compromisso em apoiar as autoridades para que esse crime seja esclarecido e os responsáveis punidos.”
A notícia rapidamente se espalhou pelas redes sociais e gerou uma comoção nacional. O caso de Yara reacendeu debates sobre a segurança das crianças e a impunidade para crimes brutais como esse.
A defesa de Valdenilson ainda não se manifestou oficialmente, e ele segue preso enquanto aguarda o andamento do processo judicial.
Um crime que não pode ser esquecido
Infelizmente, casos como o de Yara não são isolados no Brasil. A violência contra crianças e adolescentes continua sendo um problema alarmante, e a sociedade clama por punições mais severas para crimes dessa natureza.
Enquanto a justiça não é feita, a dor da família de Yara e a indignação da população permanecem. Uma menina de apenas 10 anos, cheia de sonhos e com uma vida inteira pela frente, teve seu futuro roubado por um homem que deveria representar segurança e confiança para a comunidade.
A esperança, agora, é que esse caso sirva de alerta para que mais medidas sejam tomadas para proteger nossas crianças e garantir que nenhum outro monstro tenha a oportunidade de destruir uma vida inocente.