Sindicato de delegados critica falta de escolta para Ferraz; governo rebate

A Trágica Morte de Ruy Ferraz Fontes: Reflexões sobre a Segurança dos Policiais Civis

No dia 15 de maio, uma notícia abalou as estruturas da segurança pública em São Paulo: o ex-delegado geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, foi assassinado em Praia Grande. O crime, que envolveu mais de 20 tiros, não apenas chocou a sociedade, mas também suscitou um debate urgente sobre a proteção dos policiais civis, especialmente aqueles que, como Fontes, dedicaram suas vidas ao combate ao crime organizado.

Críticas do Sindicato dos Delegados

O Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo não demorou a se manifestar. Em uma nota enviada à CNN, a presidente do Sindicato, Jacqueline Valadares, expressou sua indignação com a falta de segurança que o ex-delegado enfrentou. “O lamentável e gravíssimo crime contra a vida do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes expõe a falta de cuidado com que os policiais civis são tratados pelo governo estadual”, disse Valadares. Essa declaração revela um sentimento de abandono por parte do Estado, que deveria garantir a segurança dos seus servidores, especialmente aqueles que já ocuparam altos cargos na hierarquia da segurança pública.

A Falta de Proteção

Fontes, que havia sido jurado de morte pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), revelou em diversas ocasiões que não contava com nenhum tipo de proteção. Mesmo tendo um histórico de combate ao crime organizado e de ter sido uma figura proeminente na Polícia Civil, ele não recebeu o suporte necessário após sua aposentadoria. Esse fato levanta questionamentos sobre a responsabilidade do Estado em cuidar de seus ex-servidores, que muitas vezes continuam a ser alvos de ameaças mesmo após deixarem seus cargos.

“Infelizmente, é comum que o Estado se esqueça dos seus policiais civis após a aposentadoria e não ofereça nenhum tipo de apoio”, lamentou Jacqueline Valadares. Essa afirmação joga luz sobre uma realidade dura e muitas vezes ignorada: os riscos que os policiais enfrentam não terminam com a aposentadoria.

Resposta da Secretaria de Segurança Pública

Em resposta às críticas, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo defendeu a atuação do governo. Em uma nota, a pasta esclareceu que, durante o exercício das funções, o Delegado Geral e o Delegado Adjunto têm um corpo próprio de segurança. No entanto, após a aposentadoria, ex-delegados podem solicitar escolta, mas, segundo a Secretaria, essa solicitação não foi feita por Fontes. Essa afirmação gerou mais controvérsias, pois muitos questionam se a responsabilidade pela segurança não deveria ser uma obrigação do Estado, independentemente de pedidos formais.

Comparações com Outros Casos

Outro caso que merece atenção é o do promotor Lincoln Gakiya, também alvo do PCC. Gakiya conta com um aparato de segurança, mas essa proteção é limitada até sua aposentadoria. Isso levanta a questão: será que o Estado está realmente preparado para proteger aqueles que enfrentam o crime organizado, ou apenas oferece medidas paliativas que podem não ser suficientes?

Projetos em Andamento

No Congresso Nacional, há discussões sobre projetos que visam garantir a segurança de agentes públicos que combatem o crime organizado. Essa é uma iniciativa necessária, mas que deve ser acompanhada de perto, pois a segurança dos nossos policiais e promotores não pode ser uma questão secundária. A proteção efetiva deve ser uma prioridade, e não uma promessa vaga.

Reflexão Final

A morte de Ruy Ferraz Fontes não é apenas uma estatística; é um chamado à ação. É imprescindível que a sociedade e os governantes se unam para garantir a segurança daqueles que arriscam suas vidas diariamente para nos proteger. Que essa tragédia sirva de alerta para que medidas efetivas sejam tomadas e que a memória de Fontes seja honrada com mudanças reais na política de segurança pública.

Se você se importa com a segurança pública e quer ver mudanças, compartilhe suas opiniões e faça sua voz ser ouvida. O que você acha que deve ser feito para proteger nossos policiais civis?