Se você já se deparou com postagens nas redes sociais sugerindo evitar água gelada nos dias quentes ou recomendando líquidos mornos para manter o corpo equilibrado, saiba que esse debate tem gerado bastante discussão. A verdade é que a hidratação deve ser uma prioridade em qualquer clima, e, em períodos de calor intenso, a busca por formas mais eficazes de manter o corpo resfriado aumenta.
Mas afinal, faz diferença beber água quente ou fria? A resposta não é tão direta. Do ponto de vista da hidratação, a temperatura da água não altera significativamente a absorção pelo organismo. O que realmente importa é a quantidade ingerida ao longo do dia. Se você prefere água gelada, é provável que beba mais, e isso, no fim das contas, é o que realmente faz diferença.
No entanto, a temperatura do líquido pode impactar algumas funções do corpo, e é aí que entram as particularidades de cada escolha.
Beber Água Gelada no Calor Faz Mal?
Um dos mitos mais difundidos é a ideia de que consumir água muito fria pode prejudicar o organismo, especialmente em dias quentes. Na realidade, não há qualquer evidência científica que sustente essa afirmação.
Em hospitais, por exemplo, pacientes que chegam com sintomas de hipertermia – uma elevação perigosa da temperatura corporal – frequentemente recebem líquidos gelados e até mesmo banhos frios como parte do tratamento. Além disso, estudos feitos com atletas mostram que ingerir água fria pode melhorar o desempenho em atividades realizadas em ambientes quentes, pois ajuda a reduzir a temperatura interna do corpo.
Outro benefício da água gelada é que ela tende a aumentar a sensação de sede, o que pode ser positivo, já que muitas pessoas se esquecem de beber água ao longo do dia.
No entanto, há algumas exceções. Pessoas com acalásia, um distúrbio raro que afeta o esôfago e causa dificuldade para engolir, podem sentir um agravamento dos sintomas ao consumir bebidas muito frias. Além disso, quem sofre com enxaquecas pode perceber que a água gelada desencadeia ou intensifica as crises.
E os Líquidos Quentes? Ajudam ou Atrapalham?
Há quem defenda que beber algo quente pode ser uma estratégia inteligente para lidar com o calor. O raciocínio por trás disso é simples: ao ingerir um líquido quente, o corpo entende que precisa equilibrar sua temperatura, o que leva ao aumento da transpiração. Como resultado, há uma sensação de resfriamento natural.
Essa estratégia pode funcionar em ambientes secos, onde o suor evapora rapidamente e contribui para o resfriamento corporal. No entanto, em locais úmidos, como grande parte do Brasil no verão, o suor demora mais para evaporar, tornando essa técnica menos eficaz e, em alguns casos, até contraproducente.
Outro ponto a considerar é que muitas bebidas quentes, como café e chá preto, possuem efeito diurético. Isso significa que elas estimulam a eliminação de líquidos pelo corpo, o que pode favorecer a desidratação se consumidas em excesso.
O Que Escolher?
No final das contas, a melhor opção é aquela que faz com que você se hidrate mais ao longo do dia. Se um copo de água bem gelado te incentiva a beber mais, não há problema algum em optar por essa alternativa. Se prefere água em temperatura ambiente, continue assim.
O mais importante é manter uma ingestão adequada de líquidos e respeitar as necessidades do seu corpo. Afinal, hidratação não é sobre temperatura, mas sobre constância.