Vídeo flagra criança amarrada em poste: polícia pede prisão de donos de escola

A Polícia Civil de São Paulo solicitou a detenção temporária dos proprietários de uma escola infantil privada situada no bairro do Cambuci, zona sul de São Paulo. De acordo com acusações feitas por uma ex-empregada, que registrou vídeos como prova, eles teriam cometido atos de crueldade contra os alunos. Além disso, a polícia solicitou à Justiça um mandado de busca e apreensão.

Um dos vídeos gravados por uma ex-funcionária, que trabalhou na instituição por dois meses, revela a proprietária da escola e uma funcionária repreendendo crianças com idades entre 1 e 2 anos, por meio de gritos e insultos. Em uma das cenas, um menino aparece amarrado a uma coluna com sua própria blusa.

Um aluno adicional, que teve um incidente devido a uma necessidade fisiológica, presencia a repreensão de uma funcionária na frente de seus colegas. “Por que você não fez xixi na roupa hoje? Vou iniciar uma conversa com você e registrar suas respostas. Quando sua mãe, pai ou qualquer outra pessoa vier buscá-lo, vou entregar a ela: ‘Aqui está a resposta do seu filho para mim'”.

Em outro momento, a diretora chama a atenção de uma menina com pouco mais de 1 ano para que ela arrume os brinquedos que estão no chão. “Eram apenas quatro peças, e já que você está agindo de forma descontrolada, vai ter que guardar tudo”, afirma a diretora à criança, que é vista chorando (veja um trecho abaixo).

Em outra ocasião, a diretora repreendeu uma menina de cerca de um ano de idade, pedindo-lhe que recolhesse os brinquedos espalhados pelo chão. Com tom de reprovação, a diretora disse à criança: “Eram apenas quatro peças, e se você quer agir como uma louca, então vai ter que guardar tudo”. Como resultado, a criança começou a chorar visivelmente (veja um trecho abaixo).

Revoltada com a situação, a ex-funcionária decidiu abordar os pais das crianças que haviam sido vítimas de castigos e maus-tratos, relatando o que ocorria dentro da escola. A partir desse momento, os familiares decidiram recorrer à delegacia.

Veja o vídeo abaixo: 

https://youtu.be/Nkz5ZH-HLx8

“Até o momento, já tivemos o depoimento de 12 mães, e os relatos são extremamente semelhantes: seus filhos estão demonstrando mudanças de comportamento, mostrando-se assustados, com medo de ficar no escuro e até mesmo comendo em excesso, possivelmente porque não estariam recebendo alimentação adequada na escola”, afirma Fábio Daré, delegado do 6º Distrito Policial.

A polícia ainda não tem conhecimento do período durante o qual as crianças foram submetidas a esses “castigos”. Além dos proprietários da escola, duas estagiárias que trabalham no local serão convocadas para prestar depoimento.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Civil está aguardando a decisão do Poder Judiciário e as investigações estão em andamento. Após as denúncias, a escola encerrou suas atividades na quarta-feira, dia 21 de junho.

A Secretaria de Estado da Educação divulgou uma nota informando que é contra qualquer forma de violência, seja dentro ou fora das escolas. Segundo a instituição, a diretoria de ensino da região Centro-Sul está conduzindo uma investigação sobre todos os relatos mencionados e encaminhou o processo de sindicância para a Seduc-SP, onde as partes envolvidas serão ouvidas e todos os documentos serão analisados. “Após a conclusão, serão tomadas as medidas apropriadas.”

Fonte: Metrópoles