O novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma declaração polêmica recentemente sobre as tarifas do Brasil. Durante uma coletiva de imprensa em Mar-a-Lago, ele deixou claro que, se o Brasil continuar a aplicar tarifas elevadas sobre os produtos americanos, ele responderá com uma atitude semelhante assim que assumir o cargo em janeiro de 2025.
Trump, sempre direto em suas falas, afirmou: “A Índia taxa muito, o Brasil nos taxa muito. Se eles querem nos taxar, tudo bem, mas vamos taxá-los da mesma forma.” O comentário gerou polêmica, e é claro que Trump, como sempre, não tem medo de expor sua opinião sem rodeios.
Essa não foi a primeira vez que Trump se manifestou de maneira agressiva em relação ao Brasil e a outros países do bloco BRICS. Em uma declaração anterior, ele já havia ameaçado aplicar tarifas de até 100% em produtos de países como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, caso esses países avançassem na criação de uma moeda própria para o comércio internacional, o que significaria uma ameaça direta ao dólar americano, uma das maiores fontes de poder econômico dos Estados Unidos.
“Exigimos um compromisso desses países de que não criarão uma nova moeda do BRICS, nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano. Dólar ou eles enfrentarão tarifas de 100% e deverão dizer adeus às negociações com a maravilhosa economia americana”, disse Trump em uma postagem na sua rede social, a Truth Social, no dia 30 de novembro.
O ex-presidente dos Estados Unidos parece determinado a colocar a economia americana sempre em primeiro lugar, e suas declarações refletem bem isso. Ele vê a criação de uma moeda única pelo BRICS como uma ameaça direta ao domínio do dólar nas transações comerciais globais. Por isso, fez questão de deixar claro que, se isso realmente acontecer, as tarifas serão altíssimas e as negociações com os EUA serão drasticamente afetadas.
Agora, é interessante observar como o Brasil e os outros países do BRICS vão reagir a essas ameaças de Trump. O Brasil, que já tem uma relação complicada com os Estados Unidos por causa das tarifas e políticas comerciais, vai ter que lidar com essa pressão adicional quando o republicano assumir o cargo. Por um lado, é importante para o Brasil manter boas relações comerciais com os EUA, mas por outro, a tentativa de criar uma moeda própria para o bloco BRICS é vista por muitos como uma maneira de aumentar a autonomia econômica e diminuir a dependência do dólar.
Pessoalmente, acho que Trump não tem muita paciência para negociações longas e diplomáticas. Ele já mostrou durante seu primeiro mandato que prefere ser mais agressivo em sua abordagem, especialmente quando o assunto é dinheiro e economia. É claro que, por um lado, a política econômica dos Estados Unidos é muito poderosa, mas também não podemos ignorar o poder crescente do BRICS no cenário mundial. Os países desse bloco, que juntos representam uma parte significativa da economia global, podem acabar pressionando por alternativas ao dólar, e isso vai ser uma grande dor de cabeça para os EUA.
O que fica claro, no entanto, é que a relação comercial entre os Estados Unidos e o Brasil (e outros países do BRICS) está prestes a passar por um momento tenso. E com Trump, é bom esperar declarações fortes e possíveis ações radicais logo no início de seu próximo governo. Vamos ver como esse jogo de xadrez vai se desenrolar.
Confira:
Trump diz que Brasil ‘taxa demais’ e promete reciprocidade na imposição de tarifas.
— Metrópoles (@Metropoles) December 16, 2024
“A Índia taxa muito, o Brasil nos taxa muito. Se eles querem nos taxar, tudo bem, mas vamos taxa-los da mesma forma”, afirmou o presidente eleito dos EUA nesta segunda-feira (16/12). pic.twitter.com/thgIDMpyXU