Vírus ‘zumbis’ super-poderosos podem atacar humanos a qualquer momento, diz cientista

Uma preocupação dos cientistas em relação ao aquecimento global é o reaparecimento de patógenos que estiveram inativos por milhares de anos.

Conforme relatado pelo site O Tempo, o cientista francês Jean-Michel Claverie está investigando um fenômeno intrigante causado pelo derretimento da permafrost, que é uma camada de gelo, rocha e matéria orgânica abaixo de 0ºC, geralmente encontrada nas regiões Ártica e Antártica do planeta.

Os especialistas alertam que atualmente a Terra está 1,2º C mais quente do que no período pré-industrial, o que tem sérias consequências. Sendo uma delas o derretimento de uma camada de terra ancestral que permaneceu congelada por milênios e que contém microorganismos que não estariam mais em contato com os seres humanos. Segundo Jean-Michel Claverice, o vírus ‘zumbi’ estaria adormecido há aproximadamente 50 mil anos.

Os especialistas que investigam o Ártico indicam, de acordo com a notícia, que até 2050, a região poderá estar desprovida de gelo. Esse cenário iminente poderá resultar na liberação de gases do efeito estufa que estavam retidos devido ao derretimento do permafrost.

Claverice e seu grupo de pesquisa investigam os vírus ‘zumbis’. O cientista afirma que, mesmo após tanto tempo, eles ainda têm a capacidade de infectar. Seu estudo, em 2014, confirmou essa possibilidade ao extrair vírus ‘ativos’ da camada de permafrost. Em 2019, foram identificados 13 novos vírus, sendo que um deles estava preservado em um lago congelado há 48.500 anos.

Impactos devastadores: reveladas as ramificações do retorno de vírus

No ano de 2022, foram apresentados os desdobramentos da investigação conduzida pelo cientista francês Claverice. Ele destacou que a contaminação por esses agentes patogênicos pouco conhecidos pode acarretar consequências devastadoras para seres humanos, plantas e animais.

O cientista ressalta a necessidade de compreender esses vírus “zumbis”, destacando o risco potencial que poderiam representar como uma ameaça global à humanidade.

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Conforme as informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Nipah é classificado como um vírus zoonótico, ou seja, é transmitido de animais para humanos. Além disso, a infecção pode ocorrer por meio da ingestão de alimentos contaminados ou, ainda, por transmissão direta entre pessoas.

De acordo com a ministra da Saúde do Estado, Veena George, “estamos conduzindo testes em seres humanos e, simultaneamente, especialistas estão coletando amostras de fluidos em áreas florestais que podem ser o potencial ponto de origem da disseminação”, informou à Reuters.

Segundo as autoridades, quase 800 indivíduos foram submetidos a testes nas últimas 48 horas na região de Kozhikode, em Kerala. George afirmou: “Estamos em uma fase de extrema vigilância e detecção”, acrescentando que 77 pessoas foram identificadas como apresentando alto risco de infecção.

Adicionalmente, amostras de urina de morcego, excrementos de animais e restos de frutas foram coletadas em Maruthonkara, a localidade onde residia a primeira vítima. Esse vilarejo está adjacente a uma floresta de 121 hectares que abriga diversas espécies de morcegos. Durante o primeiro surto na região em 2018, esses morcegos frugívoros, que se alimentam principalmente de frutas, testaram positivo para o Nipah.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as infecções em seres humanos causadas pelo vírus Nipah podem variar desde casos assintomáticos até infecções respiratórias graves, caracterizadas pela incapacidade dos pulmões de fornecer oxigênio adequado ao corpo, e encefalite fatal, que é uma inflamação no cérebro.

Os sintomas iniciais abrangem febre, cefaleia, dores musculares, náuseas e dor na garganta. Além disso, a pessoa afetada pode experimentar vertigem, sonolência, alterações na consciência e sinais neurológicos que apontam para a presença de encefalite aguda. Houve também relatos de pacientes com pneumonia incomum e graves problemas respiratórios, incluindo dificuldades respiratórias agudas.

Em casos mais graves da doença, ocorrem encefalite e convulsões, com a possibilidade de progressão para um estado de coma em um período de 24 a 48 horas. Embora a maioria das pessoas que sobrevive à encefalite aguda se recupere completamente, cerca de 20% dos pacientes enfrentam sequelas neurológicas permanentes.