Caso Tio Paulo: sobrinha tentou se enforcar em clínica, afirma laudo

Érika de Souza Vieira Nunes, sobrinha de Paulo Roberto Braga, o Tio Paulo, e ré em um processo por levar o corpo dele a uma agência bancária no Rio de Janeiro, tentou se matar com um lençol em uma clínica de repouso na zona oeste da cidade. O episódio aconteceu no começo de março, logo depois de ela passar dois meses internada por causa de um quadro de ansiedade, depressão e sérias “ideias suicidas”.

De acordo com o atestado médico que o portal Metrópoles teve acesso, durante a internação, Érika tentou se enforcar com um lençol de sua cama, criando uma espécie de corda. Ela estava em uma clínica para se tratar, mas, pelo que parece, a pressão emocional estava muito forte e ela não conseguiu lidar. A situação ficou ainda mais tensa quando a Justiça soube do ocorrido, já que Érika era uma das pessoas que precisaria ser ouvida na fase final do processo, e a polícia não conseguiu localizá-la para intimá-la.

O processo judicial em que ela está envolvida é referente a um episódio de abril do ano passado, quando levou o tio, já morto, a uma agência bancária para sacar R$ 17 mil. Esse caso deu o que falar, principalmente nas redes sociais, e a repercussão foi enorme. Hoje, o processo está em fase de instrução e julgamento, onde o juiz analisa as provas orais. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ainda pretende ouvir o enfermeiro do Samu que atendeu o Tio Paulo, para decidir se vai pedir o julgamento de Érika ou se vai pedir a absolvição dela por insanidade mental.

Esse enfermeiro, aliás, tem um papel fundamental nesse caso. Em depoimento à polícia, ele contou que, quando chegou à agência bancária, encontrou Tio Paulo já sem vida e com sinais de livor mortis, que aparecem cerca de duas horas depois da morte. Esse detalhe é importante porque ajuda a entender que o corpo já estava sem vida quando Érika o levou ao banco.

Mas a Justiça tem encontrado dificuldades para localizar o enfermeiro. Os oficiais de Justiça não conseguiram encontrá-lo nos endereços registrados, e por isso, a juíza responsável pelo caso marcou uma nova audiência para o dia 14 de maio, com o objetivo de ouvi-lo pessoalmente. O enfermeiro será intimado na UPA 24h de Duque de Caxias (RJ), onde ele trabalha.

Enquanto isso, a defesa de Érika está tentando apresentar uma linha de defesa diferente. Os advogados pediram que um psiquiatra fosse convocado para depor a favor dela. O médico, segundo eles, teria comentado nas redes sociais que os medicamentos que Érika estava tomando podem ter afetado sua percepção e consciência, o que poderia justificar suas ações.

Érika está sendo acusada de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver desde maio do ano passado. Ela chegou a ser presa, mas depois foi liberada. A situação continua complicada e, com tantos detalhes em jogo, ainda não se sabe como o caso vai terminar. O futuro de Érika e sua responsabilidade pelos atos do passado estão sendo decididos pelos tribunais, e o julgamento final ainda está por vir.