Na madrugada desta terça-feira (18), Maicol Sales dos Santos, apontado como um dos principais suspeitos pelo assassinato da jovem Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, teria admitido o crime durante depoimento à Polícia Civil. A revelação foi feita pelo jornalista Roberto Cabrini, que afirmou que o suspeito forneceu detalhes minuciosos sobre a execução do homicídio.
De acordo com as informações divulgadas, Maicol alegou que vinha sendo alvo de chantagem por parte da vítima há aproximadamente um ano e meio. No dia 26 de fevereiro, ele teria se dirigido até o ponto de ônibus onde Vitória costumava esperar o transporte público, mas não a encontrou. Posteriormente, teria continuado a persegui-la até localizá-la a caminho de casa. Segundo sua versão, a adolescente entrou voluntariamente no veículo e, durante uma discussão, ele a golpeou com duas facadas. O depoimento teria sido formalizado em um documento assinado pelo próprio suspeito, conforme relatado pelo jornalista.
Ainda segundo a confissão, após ferir Vitória, Maicol levou o corpo para sua residência, que já vinha sendo investigada pelas autoridades como possível cativeiro. Ele relatou que, ao chegar ao local, tomou banho e, na sequência, tentou ocultar o cadáver. Em seu depoimento, afirmou que enterrou a jovem, mas essa versão levanta suspeitas entre os investigadores, já que o corpo não foi encontrado da forma descrita. Há indícios de que Maicol possa estar protegendo outras pessoas envolvidas no crime.
As autoridades sustentam que a residência do suspeito foi usada como cativeiro, mas Maicol nega que tenha mantido a adolescente no local. Em uma entrevista ao repórter Roberto Cabrini, os advogados de defesa do acusado disseram estar surpresos com a confissão.
O desaparecimento de Vitória
O sumiço de Vitória aconteceu na noite de 26 de fevereiro, após o fim do expediente no shopping onde trabalhava, em Cajamar. Como fazia regularmente, ela seguiu para o ponto de ônibus para retornar para casa. Imagens de segurança mostram que a adolescente foi abordada por dois homens dentro de um veículo enquanto aguardava o transporte. Sentindo-se desconfortável com a situação, Vitória chegou a enviar mensagens para uma amiga relatando o medo que sentiu diante da aproximação dos desconhecidos.
Pouco tempo depois, outros dois indivíduos se juntaram ao grupo e permaneceram no mesmo ponto de ônibus. Os três homens chegaram a embarcar no coletivo, mas desceram antes da vítima. O motorista do ônibus confirmou que Vitória seguiu viagem sozinha e desceu em uma estrada de terra no bairro Ponunduva, onde residia com a família. Essa foi a última vez que a adolescente foi vista com vida.
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou, por meio de câmeras de monitoramento, um Toyota Corolla prata, veículo pertencente a Maicol, circulando pelas proximidades do local onde Vitória desapareceu. As autoridades acreditam que ele tenha seguido a adolescente até o ponto de ônibus e, no momento oportuno, a sequestrado assim que ela desceu do transporte.
O crime
Os primeiros laudos periciais indicam que Vitória foi mantida em cativeiro antes de ser morta. Além disso, os exames iniciais sugerem que ela pode ter sido submetida a tortura, já que teve os cabelos raspados e apresentava sinais de agressão. Outra linha de investigação aponta para a possibilidade de violência sexual antes da execução do crime.
O exame cadavérico revelou que a causa da morte foi um corte profundo no pescoço, que resultou em uma hemorragia fatal. O corpo da jovem foi localizado cerca de uma semana depois do desaparecimento, em uma área de mata na cidade de Cajamar.
O caso segue em investigação, e a polícia ainda trabalha para esclarecer se houve a participação de outras pessoas no crime.