Coaf registrou aumento de 766% na comunicação de operações suspeitas

Aumenta o Alerta: Crescimento Assustador de Operações Suspeitas no Brasil

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um crescimento alarmante no número de operações suspeitas comunicadas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Um estudo recente revela que esse aumento foi de impressionantes 766,6% em apenas nove anos. Para se ter uma ideia, em 2015, o Coaf registrou cerca de 296.183 alertas, enquanto em 2024 esse número já ultrapassava 2.566.713.

Esse dado foi apresentado no estudo intitulado “Lavagem de dinheiro e enfrentamento ao crime organizado no Brasil: reflexões sobre o Coaf em perspectiva comparada”, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Esfera. O documento, que oferece uma análise detalhada da Unidade de Inteligência Financeira (UIF) brasileira, foi divulgado recentemente, em Brasília, e ressalta a urgente necessidade de ação.

Um Panorama Preocupante

A pesquisa destaca que as Comunicações de Operações em Espécie também mostraram um crescimento notável de 353,6%, saltando de 1.085.986 em 2015 para 4.926.013 em 2024. Além disso, o número de Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) elaborados pelo Coaf aumentou de 4.304 para 18.762 no mesmo período. Esses RIFs são documentos cruciais, pois reúnem informações valiosas que ajudam a identificar práticas ilegais, como a lavagem de dinheiro.

Porém, apesar desse aumento significativo nas atividades, o estudo revela que o número de funcionários que atuam no Coaf ainda é insuficiente para atender às demandas operacionais e analíticas que o cenário atual exige. Isso levanta sérias questões sobre a eficiência do órgão em lidar com o crescimento do crime organizado.

Desafios Complexos

De acordo com o relatório, o Brasil enfrenta desafios imensos, especialmente no que tange ao crescimento do poder econômico de organizações criminosas ligadas ao narcotráfico. Esses grupos têm utilizado métodos cada vez mais sofisticados para realizar a lavagem de dinheiro. O documento menciona que a digitalização financeira e o uso de novas tecnologias, como criptoativos, fintechs e plataformas de apostas online, têm facilitado esse processo.

Métodos Sofisticados para Lavagem de Dinheiro

O relatório aponta três caminhos principais que as facções criminosas, como o PCC, têm utilizado para ampliar e sofisticar seus métodos de lavagem: as fintechs, as plataformas de apostas online e os criptoativos. A falta de regulação adequada, especialmente nas fintechs, é um ponto crítico. A legislação brasileira começou a ser implementada apenas em 2021, permitindo que muitas instituições financeiras operassem sem a devida autorização do Banco Central.

Para piorar a situação, a regulação foi prevista de maneira escalonada, com uma janela de oito anos para que as fintechs se regularizassem. Isso significa que essas instituições têm até março de 2029 para solicitar autorização ao Banco Central para funcionar legalmente. Esse tempo prolongado para regulamentação, aliado à baixa capacidade de supervisão do Banco Central, permite que muitos serviços operem “fora do radar”.

Implicações para a Segurança Pública

A conclusão do estudo é clara: é imperativo que o fortalecimento da articulação entre os órgãos de inteligência financeira e de segurança pública seja uma prioridade na agenda pública. O aumento nas operações suspeitas não é apenas um número; é um sinal de alerta sobre a necessidade de ações eficazes e rápidas para combater o crime organizado no Brasil.

Para os cidadãos, isso representa um chamado à ação. Cada um de nós pode contribuir para a segurança do nosso país, denunciando atividades suspeitas e promovendo a conscientização sobre a importância da integridade financeira. O que podemos fazer para ajudar a combater esse problema crescente? Não podemos ficar passivos diante de uma situação que afeta a todos nós.

Para mais informações, leia o estudo completo e fique por dentro dos desafios enfrentados pelo Brasil em relação à lavagem de dinheiro e ao crime organizado.