Crime: Idosas de 71 e 72 anos de idade foram executadas por pai e dois filhos; motivação do crime é revelada

Tem coisa que a gente lê e não acredita, né? Mas infelizmente, o Brasil continua sendo palco de situações absurdas que, se não fossem reais, pareceriam roteiro de filme de suspense barato. Foi o que aconteceu em Campos Novos, no Meio-Oeste de Santa Catarina. Duas senhoras, irmãs, foram mortas a tiros na frente de casa depois de uma briga — pasmem — sobre onde seria colocado um poste de energia.

As vítimas foram Vera Beatriz Lopes, de 72 anos, e Vilma Albertina Andrade Lopes, de 71. As duas moravam juntas e se incomodaram com a instalação do tal poste pela Celesc, a companhia de energia do estado. Segundo relatos, elas pediram aos técnicos que parassem o serviço, alegando que não queriam o poste ali, talvez por questões de segurança, estética ou simples incômodo mesmo — ninguém gosta de ter obras na porta de casa, né?

Até aí, parecia só mais uma daquelas tretas de vizinhança que não dá em nada. Só que o problema escalou de um jeito que ninguém esperava. Pouco tempo depois do “bate-boca”, três homens chegaram armados ao local: o vizinho das idosas, Luiz Augusto Becker, de 73 anos, e seus filhos, Augusto Carlos Manosso Becker, de 37, e Luiz Fabrício Manosso Becker, de 30. O trio discutiu com as mulheres e, de forma brutal, abriu fogo contra elas. A maioria dos disparos atingiu a cabeça das vítimas, indicando uma execução sem qualquer chance de defesa.

E não parou por aí. Um funcionário da Celesc, que tava só fazendo seu trabalho, acabou sendo baleado na perna. Já uma mulher que alugava parte do imóvel onde moravam as irmãs conseguiu escapar, escondendo-se com duas crianças. Um milagre ela não ter sido atingida também.

Depois do crime, os três suspeitos fugiram. A cidade, que é pequena e pacata, ficou em choque. Foram três dias de buscas intensas até que os agressores decidiram se entregar à polícia, acompanhados de um advogado. Na delegacia, optaram por ficar em silêncio. E até agora, as armas usadas no crime não foram encontradas.

O que mais impressiona é que nenhum dos envolvidos tinha passagem pela polícia. Pessoas consideradas “de bem”, como muitos gostam de dizer. Mesmo assim, agora estão sendo investigados por duplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio. A Justiça deve pesar a mão, já que o caso mobilizou a opinião pública e chamou atenção até de políticos locais, que cobraram explicações e mais segurança nos atendimentos da Celesc.

Mas a pergunta que fica no ar é: como chegamos nesse ponto? Uma discussão sobre um poste — um poste! — terminou em morte. Isso mostra como certos conflitos, que poderiam ser resolvidos com diálogo, acabam virando tragédias por conta de intolerância, impulsividade e, quem sabe, mágoas antigas mal resolvidas. Coisa que vai se acumulando com o tempo, até explodir de forma violenta.

Não é a primeira vez que o Brasil vê um caso assim. A gente lembra de situações recentes, como aquela briga entre vizinhos em São Paulo, em que o barulho do som levou a uma morte. E tantas outras histórias parecidas. É um retrato triste da nossa incapacidade de conviver com o outro.

O caso de Campos Novos deve, no mínimo, servir de alerta. Porque se a gente não aprender a conversar, a respeitar e até engolir uns sapos de vez em quando, vamos continuar vendo esse tipo de tragédia se repetir. E isso, definitivamente, não pode virar rotina.