Compreenda os perigos associados à amputação dos dedos das mãos realizada pelo indivíduo apelidado de ‘Diabão’ em São Paulo. Profissionais da ortopedia destacam as potenciais complicações das amputações realizadas fora do ambiente hospitalar. ‘Diabão’ busca a transformação de suas mãos em ‘garras’ e atualmente possui somente sete dedos intactos.
A recente e drástica alteração realizada por Michel Praddo, também conhecido como ‘Diabão’ e que resultou na amputação de mais dois dedos, deixando-o com apenas sete dedos completos nas duas mãos, provocou um grande impacto a nível nacional. Consequentemente, em 17 de outubro, a equipe do G1 entrou em contato com especialistas ortopedistas que forneceram informações sobre os riscos associados à amputação de membros para fins de transformação corporal.
O residente de Praia Grande, localizada no litoral de São Paulo, revelou que essas modificações fazem parte do chamado ‘projeto Las Garras’, cujo objetivo é alterar suas próprias mãos para que adquiram uma aparência “não-humana”. Para atingir esse objetivo, ‘Diabão’ já amputou os dedos anelares de ambas as mãos, o mindinho direito e uniu o indicador com o dedo médio da mão esquerda.
Em uma entrevista ao G1, os ortopedistas Flávia Maria Poletto e Mario Pierry fizeram um alerta sobre os perigos das amputações realizadas fora do ambiente hospitalar. Eles ressaltaram os potenciais danos aos nervos, aos vasos sanguíneos e a possíveis problemas na cicatrização dos pontos, incluindo o risco de infecções.
Conforme Flávia Maria Poletto, uma ortopedista especializada em cirurgia da mão, as implicações das alterações corporais são tão sérias quanto qualquer procedimento cirúrgico que não seja realizado sob a supervisão de um médico e em um ambiente seguro, como um hospital.
A especialista enfatizou que a amputação de parte do corpo pode resultar em problemas, não apenas no que diz respeito ao “desconforto emocional” para a pessoa amputada, mas também em relação à possibilidade de hemorragias e, no caso da falta de ligadura das artérias, o risco de infecção.
Mario Pierry, por outro lado, destacou os riscos potenciais associados ao processo de fechamento da ferida após o procedimento, ressaltando que se a sutura não for realizada adequadamente, há a possibilidade de a incisão se abrir e não cicatrizar. Flávia enfatizou ainda que, mesmo em situações de amputação, os procedimentos cirúrgicos seguem técnicas específicas, sempre considerando a funcionalidade da mão como prioridade, de acordo com a médica.
Por fim, Pierry discutiu a importância dos cuidados com os nervos dos pacientes durante cirurgias ortopédicas. Ele explicou que, em tais procedimentos, é essencial posicionar o nervo ligeiramente mais distante do local do corte para evitar hipersensibilidade. Cortar os nervos de maneira abrupta pode deixá-los excessivamente expostos.
Michel Praddo apresenta uma extensa coleção de tatuagens que cobrem praticamente todo o seu corpo, juntamente com várias modificações, como implantes de chifres em sua testa. Ele compartilha sua vida com Carol Praddo, também conhecida como Mulher Demônia, uma especialista em modificações corporais.
Esses dois indivíduos estão unidos por mais de uma década e, aproximadamente há quatro anos, decidiram explorar modificações mais extremas. Inicialmente, as transformações começaram com Michel, mas logo depois, Carol também aderiu a essa jornada.
De acordo com o tatuador, cujo corpo abrange mais de 80% de tatuagens, ele já passou por mais de 60 procedimentos de modificações corporais. No ano de 2023, ele realizou um sonho pessoal ao ser reconhecido pelo ‘Guinness’ como o detentor do recorde de maior número de implantes na cabeça.