Mc Mingau da CDD: Do Funk ao Skate, Uma Nova Jornada Inspiradora

Robson Luiz Mendonça, conhecido popularmente como Mc Mingau da CDD, é um verdadeiro ícone da cultura carioca. Aos 53 anos, sua vida é repleta de experiências ricas e variadas que o tornaram uma figura admirada não só na música, mas também no esporte. Ele ganhou notoriedade nos anos 2000, quando dançava para o famoso grupo de funk Bonde do Tigrão, que foi um dos precursores do que hoje conhecemos como “passinho”. O sucesso do grupo foi estrondoso, especialmente com o hit “cerol na mão”, que marcou uma geração e ainda ressoa nas memórias de muitos.

O Início da Carreira Musical

“A música é uma coisa impressionante”, reflete Mc Mingau, lembrando-se da ascensão do Bonde do Tigrão. Para ele, o sucesso é algo difícil de prever. “A gente não espera que vai estourar porque a gente não conhece a cabeça do público”, diz ele, reconhecendo que a popularidade de “vou passar cerol na mão” foi um fenômeno, tanto dentro quanto fora do Brasil. Essa música caiu no gosto do povo, e a energia contagiante das apresentações ao vivo fez o resto.

Transição para o Skate

Atualmente, além de manter sua carreira como rapper, Mc Mingau encontrou uma nova paixão: o skate. Ele agora dedica uma parte significativa do seu tempo como instrutor para crianças e adolescentes na Cidade de Deus, sua comunidade. Este projeto social visa ensinar a garotada a andar de skate e a realizar manobras, promovendo não apenas a prática esportiva, mas também a inclusão e o desenvolvimento pessoal dos jovens. “É gratificante ver as crianças se divertindo e aprendendo”, comenta ele, com um brilho no olhar.

Uma Lesão que Mudou o Rumo

No entanto, nem tudo foi fácil na trajetória de Mc Mingau. Há cerca de doze anos, ele sofreu uma lesão ao cair de seu skate e quebrou o punho. Naquele momento, ele estava no auge da carreira com o Bonde do Tigrão, e a intensa rotina de shows não permitiu que ele se recuperasse a tempo. “Eles não podiam me esperar e colocaram outro. Senti muita falta no início, principalmente das viagens”, relembra. Mesmo após sua saída do grupo, Mc Mingau continuou a nutrir laços com seus antigos colegas, incluindo MV Bill, com quem compartilhou muitos momentos na infância.

Memórias e Aventuras

As recordações dos tempos de dançarino enchem Mc Mingau de nostalgia. Ele menciona com carinho as viagens que fez enquanto estava no Bonde do Tigrão, incluindo uma que o levou até a Argentina e ao Paraguai. “Fiz abertura de show em trio elétrico, lugar gigante, essa foi marcante”, diz ele, com um sorriso no rosto. Essas experiências moldaram não apenas sua carreira, mas também sua visão de mundo.

Eventos e Atividades Recentes

A mais recente conversa com Mc Mingau aconteceu durante a WSL Pro Prainha 2025, um evento de surfe que atraiu muitos fãs e praticantes ao Rio de Janeiro. Enquanto os surfistas competem nas ondas, Mc Mingau está à frente de uma pista de skate montada no local, oferecendo aulas e incentivando os jovens a se aventurarem no esporte. “Conheci uma galera e eles me chamam para os eventos. Eu tomo conta e recebo crianças que queiram participar”, explica ele, mostrando seu comprometimento com a nova geração.

Reflexões Finais

Para Mc Mingau, o skate se tornou uma nova forma de expressão e uma maneira de conectar-se com os jovens da sua comunidade. “Até os 14 anos eu também surfava, mas depois essa galera da minha favela ficou mais destacada e o meu gosto foi o skate”, conclui, refletindo sobre como a vida tem suas curvas e reviravoltas, mas que cada uma delas traz novas oportunidades e experiências. A história de Mc Mingau é um lembrete de que nunca é tarde para recomeçar e que a paixão pode se manifestar de diversas formas, inspirando outros ao longo do caminho.