A tragédia que tirou a vida de Mirella Bertoni de Oliveira Ribeiro, de apenas 17 anos, deixou familiares e amigos mergulhados em uma dor profunda. A jovem foi assassinada junto com o namorado, André Lambert de Souza Filho, 26, no último domingo, dia 12 de janeiro, dentro de um apartamento no bairro Sítio Cercado, em Curitiba.
O crime chocou a comunidade local e levantou questões sobre os riscos associados a atividades criminosas. De acordo com as investigações preliminares, André, que teria envolvimento com o tráfico de drogas, seria o principal alvo dos atiradores. No entanto, o destino trágico também alcançou Mirella, cuja juventude e sonhos foram interrompidos de forma brutal.
“Quantos sonhos morreram com você”
As redes sociais foram inundadas por mensagens de despedida e homenagens à adolescente. Amigos e familiares expressaram incredulidade e tristeza diante da morte precoce. Uma das postagens emocionantes dizia: “Quantos sonhos morreram com você. Quanta tristeza com sua partida […] Como dói saber que você se foi de maneira tão trágica. Que Deus te acolha e nos dê força para continuar”.
O corpo de Mirella foi sepultado na cidade de Salto do Itararé, no norte do Paraná, onde a comoção tomou conta da despedida final.
Os detalhes do crime
A execução ocorreu na noite de domingo. Conforme relato da Polícia Militar, três homens invadiram o condomínio usando um Chevrolet Corsa Classic. Com o controle do portão em mãos, eles estacionaram na vaga do apartamento 404 antes de subirem para cometer o crime. Pelo menos dez disparos foram efetuados dentro do imóvel.
O Boletim de Ocorrência, ao qual a imprensa teve acesso, descreve que André foi encontrado sem vida na sacada, enquanto Mirella, atingida e caída no sofá, morreu antes da chegada do socorro. No local, foram recolhidos diversos estojos de pistolas calibres 9mm e .40, reforçando a hipótese de execução planejada. Após o ataque, o veículo utilizado pelos criminosos foi encontrado parcialmente incendiado, a cerca de sete quilômetros de distância.
Uma possível conexão com o assassinato de um ex-PM
As investigações lideradas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estão examinando se o duplo homicídio tem relação com outro assassinato recente ocorrido no mesmo bairro. No dia 5 de janeiro, Marcelo Araújo Saladini, um ex-policial militar de 33 anos, foi morto a tiros ao chegar em casa na rua São José dos Pinhais.
Saladini, expulso da Polícia Militar em 2022 após ser investigado por tráfico de drogas e homicídio, pode estar ligado ao mesmo cenário criminoso que levou às mortes de André e Mirella. Embora nenhuma conexão tenha sido confirmada oficialmente, as semelhanças entre os casos alimentam a suspeita de uma série de acertos de contas relacionados ao tráfico na região.
A sombra da violência e a juventude perdida
O assassinato de Mirella reabre o debate sobre o impacto da violência ligada ao narcotráfico e os perigos enfrentados por jovens que se envolvem, direta ou indiretamente, nesse universo. A perda de uma vida tão jovem torna ainda mais urgente a discussão sobre prevenção e segurança.
A tragédia não apaga os sonhos de Mirella, mas serve como um lembrete doloroso das escolhas e circunstâncias que podem roubar o futuro de gerações inteiras. Enquanto as investigações continuam, a memória da adolescente viverá nos corações daqueles que a amavam e nas histórias que ela deixou para trás.