Na manhã de terça-feira (8), uma tragédia chocou a pequena cidade de Estação, no interior do Rio Grande do Sul. Um adolescente de 16 anos invadiu a Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, portando dois facões e algumas bombinhas, e acabou tirando a vida de uma criança. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que já deteve o jovem. Por ser menor de idade, seu nome e imagem não foram divulgados oficialmente.
O comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO) Norte, coronel Carlos Alberto Aguiar, contou que o adolescente mora em Estação, mas não era aluno da escola onde tudo aconteceu. Segundo ele, o rapaz chegou até o local dizendo que queria “entregar um currículo”. “Depois pediu pra ir ao banheiro e aí entrou numa sala de aula do terceiro ano e começou o ataque”, relatou Aguiar.
O que ninguém esperava era que uma manhã comum de aulas fosse se transformar num cenário de horror. Ainda não se sabe o motivo exato do crime, mas os primeiros relatos colhidos pelas autoridades apontam que o adolescente apresentava sinais de distúrbio mental. De acordo com o coronel, ao ser detido ele demonstrava falas desconexas, como se não tivesse plena noção do que havia acabado de fazer. Além disso, o prefeito da cidade, Geverson Zimmermann (PSDB), revelou que o jovem teria passado por um psiquiatra um dia antes do ocorrido, na segunda-feira, dia 7.
A polícia está agora ouvindo parentes e pessoas próximas pra tentar entender o que levou esse adolescente a cometer um ato tão violento e sem sentido. Não é a primeira vez que um episódio assim acontece no Brasil. Infelizmente, nos últimos anos, têm se tornado mais comuns notícias de ataques em escolas, o que levanta um sinal de alerta pra sociedade como um todo — desde a família até o poder público.
Fontes próximas informaram que, antes de desativar o perfil no Instagram, o jovem já demonstrava comportamentos estranhos. Nada explícito que indicasse violência, mas havia postagens e comentários que chamavam a atenção por serem meio deslocados, fora de contexto, como se ele vivesse numa realidade paralela. Isso, claro, ainda está sendo investigado e não há confirmação oficial de que esses indícios tenham ligação direta com o crime.
Uma questão que tem sido bastante discutida nas redes sociais — e que divide opiniões — é a fragilidade dos protocolos de segurança nas escolas públicas. Como é que alguém entra num colégio com dois facões na mochila e ninguém percebe? Uma pergunta que incomoda, e muito. Apesar da tentativa de parecer “normal”, dizendo que queria deixar currículo, o fato é que o sistema falhou em algum ponto. Talvez por confiança demais, por falta de preparo ou por simples negligência.
O clima em Estação é de luto e perplexidade. A comunidade escolar está abalada, os professores e alunos que presenciaram a cena estão recebendo apoio psicológico, e muitos pais sequer conseguiram mandar seus filhos de volta à escola no dia seguinte.
Mais do que buscar culpados, agora é momento de refletir. Até onde vai o descuido com a saúde mental dos jovens? Será que estamos prestando atenção o suficiente nos sinais que eles emitem? Porque não adianta só correr atrás do prejuízo depois da tragédia feita.
Enquanto isso, a Polícia Civil segue no caso, tentando montar o quebra-cabeça desse crime absurdo que ceifou uma vida inocente e marcou pra sempre a história de uma cidade pacata do interior gaúcho.