Famoso Padre de SC perde a vida em colisão na BR-280 um dia antes de seu aniversário

A dor de perder alguém querido já é difícil por si só, agora imagine quando essa pessoa era mais do que especial — era um guia espiritual, um conselheiro, um amigo. Foi esse baque que atingiu em cheio os moradores da região de Caçador, no interior de Santa Catarina. O padre Wilson Maiorki, figura muito querida da comunidade, nos deixou de forma repentina, justo no dia anterior ao seu aniversário de 57 anos.

O acidente aconteceu na manhã da terça-feira, 1º de julho, na BR-280, próximo à cidade de Mafra. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, o padre estava dirigindo um carro de passeio quando bateu de frente com uma carreta que vinha no sentido contrário. A pancada foi forte demais. Wilson ainda estava no banco do motorista, inconsciente e em parada cardiorrespiratória quando os primeiros socorros chegaram.

Mesmo com o esforço de uma bombeira que estava por perto e de policiais penais que também tentaram ajudar, além do transporte rápido até a Fundação Hospitalar de Rio Negrinho, infelizmente, ele não resistiu. E assim, uma luz se apagou para os fiéis da Diocese de Caçador.

Natural de Três Barras, no norte catarinense, padre Wilson já havia passado por várias cidades ao longo da sua missão pastoral. Em Fraiburgo, Irineópolis, Caçador e, mais recentemente, em Santa Cecília, ele sempre deixou sua marca — e não foi pequena. Era um homem simples, de sorriso fácil, mas firme nas palavras e forte na fé. Tinha aquele jeito acolhedor que conquistava até os mais céticos.

Nas redes sociais, as homenagens não demoraram. Amigos, fiéis e até pessoas que o conheceram brevemente, todos usaram seus perfis pra deixar mensagens de carinho e despedida. Teve até quem compartilhou fotos antigas de missas e encontros comunitários, lembrando a importância dele na vida daquelas comunidades.

Um desses depoimentos veio do padre Marcelo Antonio, que não escondeu a emoção ao lembrar do amigo. Segundo ele, foi o próprio Wilson quem o incentivou a seguir a vida religiosa. “Ele acreditava nas pessoas mais do que elas mesmas às vezes”, comentou Marcelo, emocionado, em uma publicação no Facebook. “Era generoso, presente, nunca dizia ‘não’ quando podia ajudar.”

A Diocese de Caçador também soltou uma nota oficial, lamentando profundamente a morte do sacerdote. Em um trecho, a mensagem dizia que o padre “retorna ao Coração do Bom Pastor”, uma forma poética de expressar a fé na eternidade e a gratidão pela vida dedicada ao serviço do próximo.

Atualmente, a Polícia Civil segue investigando as causas do acidente. Ainda não se sabe com exatidão se foi uma falha mecânica, um descuido ou algo mais. Mas o que realmente importa agora é o legado que o padre deixou. Um legado de fé, compaixão e serviço, que vai continuar vivo na lembrança de quem conviveu com ele.

Num tempo em que tantas pessoas se sentem perdidas, figuras como padre Wilson fazem falta. E muita. Sua ausência será sentida nas missas, nos corredores das igrejas, nos encontros de jovens e nas conversas de fim de tarde entre vizinhos.

Que o Bom Pastor o acolha em paz. E que a comunidade de Caçador, mesmo com o coração apertado, consiga transformar a dor em gratidão. Porque, no fim, é isso que ele deixaria como ensinamento: amar, servir e seguir.