A Nova Visão de Frankenstein: Uma Aventura Entre Amor e Criatividade
Quando pensamos em Frankenstein, muitas vezes vem à mente a imagem do monstro com sua cabeça chata, parafusos e botas pesadas, certo? Pois é, essa é a interpretação clássica que muitos conhecem, mas a nova adaptação do romance de Mary Shelley, dirigida pelo renomado Guillermo del Toro, promete mudar completamente essa percepção.
Del Toro, um diretor mexicano que já conquistou corações e prêmios com obras como A Forma da Água, traz uma nova perspectiva ao clássico da literatura. Sua versão apresenta uma criatura que não é apenas um monstro, mas sim um ser sensível, em busca de amor e compreensão. Antes da estreia no Festival de Cinema de Veneza, ele comentou a sua intenção: “Muitas das interpretações visuais da criatura são quase como vítimas de acidentes, e eu queria beleza”. Essa frase encapsula o desejo de del Toro de humanizar o ser criado por Victor Frankenstein, interpretado por Oscar Isaac.
O Enredo
A história gira em torno de Victor Frankenstein, um cientista arrogante que, em sua busca pela criação da vida, acaba montando uma criatura a partir de partes de corpos. O resultado é um gigante gentil e indestrutível, interpretado por Jacob Elordi, que, ao invés de ser um mero monstro, é uma entidade que anseia por aceitação e amor. Essa reinterpretação promete dar ao público uma nova visão sobre a relação entre criador e criatura, questionando quem realmente é o monstro na história.
Reflexões sobre Tecnologia e Humanidade
Um dos temas centrais abordados no filme é o perigo do uso indevido da tecnologia, um tópico muito pertinente nos dias de hoje. Contudo, del Toro esclareceu que não estava pensando em inteligência artificial ao escrever o roteiro. “Não tenho medo de inteligência artificial. Tenho medo da estupidez natural, que é muito mais abundante”, disse ele. Essa afirmação levanta questionamentos sobre como a sociedade atual lida com a tecnologia e as consequências que isso pode trazer.
O diretor também comentou sobre o clima de terror e intimidação que vivemos atualmente. Para ele, a arte deve ser uma resposta a isso, e a resposta deve ser amor. Essa mensagem é especialmente relevante em um mundo onde a solidariedade parece cada vez mais escassa.
Uma Abordagem Inovadora
Diferente de muitos diretores que utilizam efeitos especiais computadorizados, del Toro optou por construir cenários ricos e autênticos. “Se você os colocar (os atores) em um laboratório de verdade, com janelas de verdade, com altura de verdade, com baterias gigantes de verdade, eles estarão reagindo a outro ator”, explicou, ressaltando a importância da interação humana e da autenticidade nas atuações. Christoph Waltz, também parte do elenco, brincou que “CGI é para perdedores”, ressaltando a relevância da atuação genuína.
A Obsessão de Del Toro
Desde a infância, del Toro nutre uma paixão pelo romance de Mary Shelley, que foi publicado pela primeira vez em 1818. Ele sempre sonhou em trazer essa história à vida, mas não da maneira tradicional. “O que eu não queria era que você sentisse que estava assistindo a um clássico interpretado com reverência, mas com urgência e algo vivo agora”, disse ele, enfatizando a necessidade de modernizar a narrativa sem perder sua essência.
A reflexão sobre a dor e a crueldade humana também é um dos pontos altos do filme. Oscar Isaac, que interpreta o cientista, disse: “Como viver com um coração partido e o que fazer com um coração partido? Muitas vezes, a crueldade acontece por causa de corações partidos”. Essa abordagem profunda é um convite para que o público reflita sobre suas próprias experiências emocionais.
Expectativas e Lançamento
O filme é uma das três produções que a Netflix está exibindo em Veneza, ao lado de A House of Dynamite, de Kathryn Bigelow, e Jay Kelly, de Noah Baumbach. A expectativa é alta, e a previsão é que “Frankenstein” tenha um lançamento limitado nos cinemas em outubro, antes de ser disponibilizado na Netflix em novembro. Del Toro expressou seu desejo de que o filme seja amplamente exibido, ressaltando que o tamanho das ideias é tão importante quanto o tamanho da tela.
Conclusão
“Frankenstein” é um dos 21 filmes concorrendo ao prestigioso prêmio Leão de Ouro, que será entregue em 6 de setembro. Essa nova adaptação não apenas reimagina um clássico, mas também provoca reflexões sobre a natureza humana, a dor e a busca por conexão em um mundo cada vez mais isolado. Ao final, a obra de del Toro nos convida a pensar: quem é realmente o monstro – aquele que cria ou aquele que é criado?
Não deixe de acompanhar essa jornada cinematográfica emocionante e compartilhe suas opiniões sobre o filme assim que assisti-lo! Que tal deixar um comentário abaixo com suas expectativas?