Em uma conversa pelo WhatsApp entre o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e o ex-secretário de Comunicação do ex-presidente, Fabio Wajngarten, surgiu uma afirmação que chamou a atenção. Cid disse que “preferia” Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente do que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). As mensagens, que foram divulgadas pelo portal UOL, foram trocadas em 27 de janeiro de 2023, depois de Lula já ter assumido a presidência pela terceira vez.
A conversa começou quando Wajngarten comentou com Cid que o PL estava considerando lançar Michelle como candidata à presidência em 2026, caso Jair Bolsonaro se tornasse inelegível. Essa inelegibilidade viria a se confirmar alguns meses depois, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomou a decisão. Ao receber essa informação, Cid respondeu de forma descontraída: “Prefiro o Lula, hahahaha”. Wajngarten então concordou e disse: “Idem”. A troca de mensagens seguiu nesse tom de conversa entre os dois.
O clima da conversa ficou ainda mais quente em 31 de janeiro, quando Wajngarten informou que o PL estaria disposto a pagar R$ 39 mil mensais para Michelle, caso ela se tornasse uma figura central no partido. Segundo ele, a ex-primeira-dama “carrega o bolsonarismo sem a rejeição do Bolsonaro”. Nesse momento, Cid comentou que Michelle, se entrasse na política em um cargo mais alto, seria “destruída”, porque achava que ela tinha “muita coisa suja” que poderiam usar contra ela. “Se dona Michelle tentar entrar pra política, num cargo alto, ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja… não suja, mas ela, né, a personalidade dela, eles vão usar tudo contra pra acabar com ela”, afirmou Cid. Ele ainda mencionou que o presidente do PL, Valdemar, também se metia em polêmicas. “Aquele negócio dos documentos, dos papéis, tá todo enrolado agora”, completou.
Em fevereiro, Wajngarten trouxe mais um comentário de impacto sobre a possível candidatura de Michelle. Ele enviou uma reportagem falando sobre o nome da ex-primeira-dama ser cotado para o Senado, mas revelou que havia questionado Bolsonaro sobre o apoio à candidatura. Segundo Wajngarten, ele acreditava que a tentativa de lançar Michelle não traria benefícios, mas sim mais “matérias negativas”. Cid concordou com a avaliação de Wajngarten e acrescentou que Michelle tinha “muito furo” e “muita coisa pra queimar, inclusive do passado”. Ele também sugeriu que a ex-primeira-dama poderia ser usada como uma figura para desviar a atenção do bolsonarismo, mas que, no final, seria destruída.
Esse tipo de conversa expõe as tensões e os desafios enfrentados pelos envolvidos na política, especialmente em tempos de transição de poder. Além disso, os diálogos revelam a visão de alguns dos personagens próximos ao ex-presidente sobre a imagem e o futuro político de Michelle Bolsonaro. O conteúdo das conversas, que mistura opiniões pessoais e análises políticas, coloca em evidência as complexidades do jogo político no Brasil.
Esses prints das mensagens entre Mauro Cid e Fabio Wajngarten, quando tornados públicos, geraram discussões sobre os bastidores da política nacional, mas também mostraram um lado mais humano e, de certa forma, descontraído, dos envolvidos, longe da formalidade dos discursos públicos. É claro que, com o tempo, novas informações podem surgir e alterar o cenário, mas por enquanto, essas conversas contribuem para a compreensão de como certas figuras da política pensam e se relacionam nos bastidores.