Primo de Nikolas Ferreira é preso com 30 kg de maconha no porta-malas

Na última sexta-feira, dia 23 de maio, uma situação inesperada acabou chamando a atenção da população mineira — especialmente dos eleitores de Nova Serrana e Uberlândia. Glaycon Raniere de Oliveira, um rapaz de 28 anos, primo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), foi preso após ser pego com nada menos que 30 quilos de maconha escondidos no porta-malas de um Toyota Etios. O caso aconteceu em Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Segundo informações confirmadas pela Polícia Federal, Glaycon teria dito aos agentes que apenas trabalha como motorista de aplicativo, e que estava fazendo um “frete” da droga para uma terceira pessoa. O destino final seria Nova Serrana, cidade localizada no centro-oeste do estado de Minas Gerais. A origem da carga é ainda mais curiosa: de acordo com apuração feita pelo site Metrópoles, o entorpecente teria sido pego numa padaria — isso mesmo, uma padaria — de Uberlândia.

A bordo do carro com Glaycon estava outro homem, ainda não identificado publicamente. Esse segundo indivíduo, ao contrário do primo do deputado, foi liberado logo após a abordagem. Já Glaycon, acabou ficando preso. Um detalhe importante nesse quebra-cabeça todo é que ele é filho de Eneas Fernandes, que por acaso é o atual pré-candidato do PL à prefeitura de Nova Serrana. Apesar disso, Eneas não foi envolvido diretamente na operação e não é investigado no caso, até o momento.

A ação contou com a participação não só da PF, mas também das Polícias Civil, Militar e Penal de Minas Gerais. Juntas, essas corporações formam a chamada FICCO-MG (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado), que vem atuando fortemente em várias regiões do estado, principalmente no interior, onde o tráfico costuma ser mais difícil de rastrear.

A imprensa tentou ouvir o deputado Nikolas Ferreira para comentar o ocorrido, mas não obteve retorno até agora. As ligações não foram atendidas e a equipe de assessoria também não respondeu às mensagens. Ainda assim, o espaço continua aberto, caso ele decida se pronunciar.

O episódio tem repercutido bastante nas redes sociais, onde apoiadores e críticos do deputado têm se digladiado nos comentários. Alguns levantam teorias de perseguição política, enquanto outros veem o caso como exemplo de hipocrisia entre certos setores da política conservadora. A verdade, por enquanto, é que o caso está em investigação e, como manda o bom jornalismo, qualquer julgamento antecipado é precipitado.

O que fica evidente, porém, é que o envolvimento de parentes de figuras públicas em casos como esse sempre gera um impacto maior — mesmo que, tecnicamente, o deputado não tenha nada a ver com a ação. A relação familiar acaba chamando mais atenção do que o fato em si. E quando se trata de política, tudo vira munição em ano eleitoral, ainda mais com as eleições municipais batendo à porta.

Em tempos em que a segurança pública e o combate ao tráfico são pautas quentes nas campanhas políticas, principalmente dentro do próprio Partido Liberal, casos assim acabam sendo mais do que simples notícias policiais: viram combustível para o debate público.

Agora resta aguardar os desdobramentos da investigação e ver se esse episódio vai influenciar, de alguma forma, as corridas eleitorais em Minas Gerais. Por enquanto, o primo continua preso, a droga apreendida e as perguntas — muitas delas sem resposta — continuam no ar.