Vídeo: Floresta ‘respirando’ impressiona web e cientista explica

O incidente ocorreu no Canadá em 2018; contudo, permanece viral nas plataformas digitais. Especialistas oferecem insights sobre esse fenômeno intrigante.

Nas redes sociais, ganhou enorme popularidade um vídeo que exibe a movimentação do solo em uma floresta no Canadá. As imagens retratam um fenômeno que, segundo especialistas em meteorologia, é resultado dos efeitos de ventos intensos.

Em 2018, um incidente chamou a atenção no Canadá, sendo amplamente coberto por diversos veículos de imprensa internacionais. A rede canadense The Weather Network divulgou em seu canal oficial no YouTube um vídeo no qual o meteorologista Erin Wenckstern oferece uma explicação detalhada sobre o fenômeno.

Segundo as informações fornecidas por ele, o fenômeno é desencadeado por ventos de alta intensidade, que provocam oscilações nos troncos das árvores. Isso resulta no movimento das raízes localizadas próximo à superfície do solo, criando a ilusão de um efeito de “respiração” que é claramente visível nas imagens capturadas.

A revista Time também abordou o assunto em um artigo, no qual especialistas contribuíram para decifrar o enigma. De acordo com esses especialistas, a superfície do solo na floresta aparentemente está revestida por musgo, o que resulta em uma parte significativa do sistema de raízes das árvores jovens estar inserida em um solo frouxo. Conforme as árvores oscilam sob a influência do vento, suas raízes movem o solo, criando a ilusão de um padrão de movimento semelhante à respiração.

No mesmo ano, o jornal canadense National Post veiculou um artigo no qual declara que o vídeo foi gravado em uma floresta localizada em Sacre-Coeur, no Quebec.

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Como a mudança climática aumenta o risco de fogo no Canadá

No verão de 2023, o Canadá enfrenta uma situação crítica devido aos incêndios florestais mais devastadores já registrados no país. Estudos científicos apontam que as mudanças climáticas contribuíram para a intensificação das condições favoráveis a incêndios na região leste do Canadá. Até o momento, cerca de 14 milhões de hectares de terra já foram consumidos pelas chamas.

O aumento das condições climáticas que contribuíram para os incêndios extremos no Canadá durante os meses de maio a julho de 2023 tornou-se, pelo menos, duas vezes mais provável devido às mudanças climáticas, em grande parte impulsionadas pelos combustíveis fósseis. Essa conclusão é resultado de um estudo de atribuição conduzido por cientistas de universidades e agências meteorológicas do Canadá, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos. Os resultados do estudo foram divulgados em 22 de agosto pela World Weather Attribution.

O conceito de estudo de atribuição envolve a análise que pode estabelecer uma conexão entre um evento extremo particular e as condições climáticas presentes em um mundo que se tornou mais quente devido às mudanças climáticas.

A pesquisa recém-divulgada também indica que as mudanças climáticas aumentaram a propensão do clima a incêndios em torno de 20 a 50% naquela região do mundo.

O ano de 2023 está testemunhando a temporada de incêndios florestais mais devastadora já registrada no Canadá, com uma extensão de aproximadamente 14 milhões de hectares consumidos pelas chamas. Essa área é maior que a Grécia e representa quase o dobro do recorde anterior estabelecido em 1989, quando foram queimados 7,6 milhões de hectares. Esses incêndios resultaram em pelo menos quatro fatalidades diretas e levaram à evacuação de quase 200 mil pessoas das áreas impactadas até o momento. Essa evacuação em massa é a mais significativa em relação a incêndios florestais desde, pelo menos, 1980.

A fumaça resultante dos incêndios florestais se dispersou pelo território do Canadá e também alcançou os Estados Unidos, causando uma degradação na qualidade do ar. Essa situação levou ao fechamento de escolas e a um notável aumento nas visitas aos serviços de emergência relacionadas a problemas respiratórios, como asma e outras doenças pulmonares.

Os efeitos dessa situação afetaram as comunidades remotas de maneira desigual, especialmente os povos indígenas. Isso ocorreu devido às dificuldades enfrentadas para evacuar essas regiões por meios terrestres ou aéreos.